Boa leitura!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Cel. Alfiéri: Herói de duas Pátrias


CAES é a sigla do Centro de Altos Estudos de Segurança, valiosa Unidade da nossa gloriosa Polícia Militar.
Ontem, dia 26 de abril, seu jubileu de prata, à convite do Comandante Cel. Arruda, proferi uma palestra sobre a história desse grande Estabelecimento de Ensino, cartão de visita da tropa paulista.
Em minha palestra foi ressaltada a figura do notável Cel. Francisco Júlio César Alfiéri, filho de um general do Exército Italiano, chegou em nossa capital, em fins do séc. XIX, para o trabalho nas fazendas de café. A ausência do braço escravo, foi incrementada à imigração e a colônia italiana em São Paulo cresceu demasiadamente.
Como em 1897, ocorria a Guerra de Canudos, de Antônio Conselheiro, na Bahia, o jovem italiano alistou-se nas fileiras do 1º Batalhão, hoje a ROTA. No assalto ao Arraial de Antônio Conselheiro, no combate corpo a corpo, com os jagunços foi ferido, sendo promovido a sargento furriel por ato de bravura .
Em 1907, alcançou o posto de 1º Ten. mercê de sua capacidade intelectual e profissional. Nesse ano foi o formador da Escola de Cabos, Escola de Sargentos em 1912, e Escola de Oficiais em 1913, a base da atual Academia de Polícia Militar do Barro Branco.
Conhecedor fluente no idioma francês, foi o tradutor de todas os regulamentos da Missão Francesa para os diverssos cursos de formação.
Em 1914, já capitão, exonerou-se das fileiras da Força Pública e, como cidadão rumou à Itália, alistando-se como simples soldado para defendê-la na 1ª. Grande Guerra 1914-18. O teatro da luta foi no norte da Itália enfrentando a Áustria, esta aliada dos alemães contra os países democráticos. O Alto Comando da frente de combate, sabendo da sua origem: capitão da Força Pública e diplomado pela Missão Militar Francesa, promoveu-o a capitão do Exército Italiano.
Após 4 anos, o armistício em 1918, regressou ao Brasil e, enquanto esperava sua readmissão nas fileiras da FP, trabalhou como marceneiro, no bairro de Santana.
Finalmente em 1922, no governo do Presidente Washigton Luís, foi reincorporado na tropa bandeirante. Por indicação sua e aprovada pelo Gen. Antoine Nerel, comandante da 2ª Missão Militar Francesa foi criado o CAO: Centro de Aperfeiçoamento de Oficiais, do qual foi o seu primeiro comandante, em 1923.
Alfiéri lutou bravamente nas Revoluções de 24, 30 e 32, neste ano Coronel Chefe do Estado-Maior. Passou para a Reserva em 1942, falecendo dois anos depois.
Eis a vida do Cel. Alfiéri. Podemos chamá-lo de o Herói de duas Pátrias, um novo Garibaldi.

3 comentários:

  1. Prezado amigo Cel Edilberto. Foi um prazer essa leitura sobre o Cel Alfieri que soube amar a FP e soube amar a sua Pátria.
    Lembro dos nossos tempos de TV Gazeta no programa Lealdade e Constância onde eram contadas as histórias da PM/FP. Bons tempos.
    Um grande abraço.
    Pretendo publicar essa história no nosso Blog do GBB: www.grupobarrobranco.blogspot.com

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  2. Cel. Ciapina!! Prazer reencontrá-lo via internet!
    Lembro dos velhos tempos da TV Gazeta... da nossa luta para divulgar a história da PM. Vamos trocar figurinhas....
    Um grande abraço!

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  3. Parabens senhor. Blog instrutivo e constituidor da memória militar brasileira.

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