Boa leitura!

domingo, 12 de setembro de 2010

Éramos 38

Éramos 38 jovens, os corações pulsando, plenos de idealismo, de patriotismo, nossa Pátria corria perigo de invasão, pois Hitler e Mussolini ameaçavam o mundo todo para impor o nazi-fascimo. A França derrotada, os alemães em Dunquerque, prontos para a invasão à Ilha Britânica. O norte da África e a União Soviética invadidos pelas Panzer Divisionen.
Deixemos a guerra e voltemos aos 38 cadetes, que seriam Aspirantes em 1944, a primeira turma a se formar na, hoje, Academia de Polícia Militar do Barro Branco.
Alguns colegas ficaram à beira do caminho. Seguirarm outros destinos ou sumiram nas brumas do tempo. Éramos 38, e hoje, apenas 5: Ceis. Campanhã, Camilo, Veloso, Hugo Viana e este que subscreve este blog.
Em homenagem aos 50 anos de formatura, reunimo-nos, os poucos restantes, para o Jubileu de Ouro, assistindo uma Missa de Ação de Graças, em nossa Capelania Militar Santo Expedito. Alegria, abraços e sorrisos de todos nós. Lágrimas e mais lágrimas ao fazermos a chamada dos companheiros ausentes, que se apressaram para o encontro com DEUS.
Dentre eles, três maravilhosos colegas que morreram tragicamente:
Benedito Neto, paulista de São Simão que, numa ocorrência policial, caiu fulminado com uma bala no crânio.
Waldir Alves de Siqueira, capixaba de Cachoeiro do Itapemirim, morto covardemente por um bandido, cinco tiros à queima roupa.
José da Silva Bueno, paulistano da Pompeia, pescador de alto-mar, desapareceu do barco. Alarme geral os pescadores da vizinhaça levantaram suas redes, bombeiros em ação, helicópteros nos céus vasculhando o mar e horas e horas se passaram, horas de agonia. Nada, nada na região dos Alcatrazes.
O que teria acontecido? Um E.T. o teria abduzido? Ao lavar as xícaras para o café, no tombadilho, teria caído ao mar e devorado por turbarões? As correntes marítimas o teriam levado para longe, talvez para África? Ou uma sereia apaixonada o teria raptado, carregando-o para as profundezas dos mares?
A propósito, neste setembro de 2010, faleceu mais um colega, seu nome Cel. Eurico José Cola, grande amigo, grande oficial, homem de virtudes. Foi para todos nós um exemplo de vida e agora habita a casa do PAI. Descanse em paz Cel. Cola, nosso amigo, bendito seja DEUS.