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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Os balões e os mangrulhos na Guerra do Paraguai

No livro "A História da Força Aérea Brasileira" do Ten. Brig. do Ar Nelson Freire Lavanere Wanderley, há uma referência ao balão usado por Caxias, na Guerra do Paraguai:
"Ele foi o primeiro emprego militar da Aeronáutica na América do Sul e a semente daquilo, que muito anos mais tarde, veio transformar-se na Força Aérea Brasileira".

Na Guerra de Sesseção dos EUA, na mesma época da Guerra do Paraguai (1865-70),  o norte contra o sul, resultando a abolição dos escravos, as hostis guerreiras usaram o balão para a observação das posições inimigas.

Na Guerra do Paraguai, nossas tropas lutando em várias planícies, não tinham vistas sob o campo inimigo, posição de suas trincheiras e a movimentação de tropas de Solano Lopes. Rusticamente, usavam os mangrulhos, formato de torres de madeira, de aproximadamente de 15 metros de altura, como medida preventiva aos ataques.


Gravura um mangrulho no acampamento de Caxias de Tuyu – Cuê , próximo de Humaitá. (Fonte: História do Exército Brasileiro...(Rio de Janeiro: EME,1972.v.2,p.644).

O grande Caxias, então, conseguiu a compra de dois balões da potência do norte, equipados de aparelhos para fabricar hidrogênio, contratando dois balonistas americanos, os irmãos James e Ezra Allen para instrutores dos nossos oficiais do Exército em operações de Guerra.


Os pilotos brasileiros foram os capitães Francisco César da Silva Amaral, Cursino Amarante, Jacó Niemeyer e Antônio Sena Madureira.


Alegoria sobre a 1a ascensão de um balão, em 25 set.1867 em Tuiu - Cuê, na obra História da Força Aérea Brasileira. (1975,2ed,p.23) do Tenente Brigadeiro do Ar Nelson Freire Lavanére – Wanderley, atual Patrono do CAN. 

Depois de meses em operações com os balões que alcançando a altura de 140m, os nossos pilotos tornaram realidade os reconhecimentos das tropas inimigas, possibilitando as vitórias sobre o Humaitá, Curupaiti e outros combates.

Duque de Caxias foi, então, o precursor da Aeronáutica Militar Brasileira.




Fonte: ahimtb.org.br/caxiasaerost.htm


quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Cel. Odilon Aquino de Oliveira




Todos sabemos que a antiga Força Pública foi muito guerreira, estando sempre presente em todos os momentos críticos da Nação, em guerras, revoluções, convulsões sociais ou políticas, etc, etc. Citemos as guerras de Canudos, Farrapos, Paraguai, 2ª Guerra Mundial, Revolução de Sorocaba, Protocolos, Armada, Chibata, as de 22, 24, 26, 30 e 32. Não esqueçamos da Greve de 1917 e da Guerrilha contra Lamarca, que revelou nosso herói-mártir Alberto Mendes Jr.

O apogeu do militarismo foi a contratação da Missão Militar Francesa, que deixou a Corporação conhecida como o Pequeno Exército Paulista, com a sua Infantaria, Cavalaria, Aviação Militar e Artilharia em pé de guerra.

Esse aparato marcial também se justificava, devido a conflitos políticos, o Governo Federal ameaçando e intervindo em alguns Estados da Federação. Ameaça a São Paulo se desvaneceu frente à fortaleza da nossa heróica Forca Pública.

Finda a 2ª Guerra Mundial, em 1945, continuou a Força Pública com tropas aquarteladas, a maior parte do tempo, preocupada com os exercícios militares - maneabilidade, construção de trincheiras, manuseio de material bélico em ofensiva ou defensiva, marchas diurnas e noturnas, sobrevivência na selva, golpes de mão de vai e vem, etc, etc -, a grande maioria de oficiais contaminados com a cultura guerreira.

Em boa hora, o cel. Odilon Aquino de Oliveira, na Chefia do Estado Maior, mudou a roupagem da querida Força Pública em 1947 tornando-a guerrilheira em vez de guerreira, para o enfrentamento aos conflitos urbanos e no campo. Criou as Companhias de Trânsito, de Policiamento, de Choque, os alicerces dos Batalhões da capital e do interior, não esquecendo do Regimento de Cavalaria, não mais dando a carga aos inimigos, e sim, ao passo, ao trote ou a galope a serviço da segurança da sociedade paulista.

O Cel. Odilon enfrentou campanhas surdas, carreando para si muitos "inimigos guerreiros", mas... o tempo passou, a cultura mudou e hoje temos 100 mil homens integrados para a defesa e segurança do Estado e de seu povo. No entanto continuou obediente ao Governo Federal, como Reserva do Exército Brasileiro, sentinela da Pátria.

Cel. Odilon Aquino de Oliveira, o senhor foi o divisor de águas. Na década de 40 tentou, no governo de Adhemar de Barros, a fusão com a Guarda Civil. Não conseguiu, mas a semente lançada criou raízes e a planta desabrochou, em abril de 1970, unindo as duas Corporações.

O Cel. Odilon Aquino de Oliveira foi aluno da Missão Militar Francesa, foi herói de tantas Revoluções, agigantando-se na Revolução Constitucionalista de 32, enfrentando Getúlio Vargas nas trincheiras.

Escreveu com o cel. Heliodoro Tenório da Rocha Marques o livro: "São Paulo contra a Ditadura", o que lhes valeu a expulsão das fileiras da tropa Bandeirante. Anos mais tarde, obtiveram na Justiça o retorno à querida Força Pública. Odilon terminou a carreira nas altas funções de Juiz e Presidente do Tribunal de Justiça Militar.