Boa leitura!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Sianinha, você me perdoa?!

Cursava eu o terceiro ano do ginásio, na Escola Normal Peixoto Gomide, em Itapetininga, no distante ano de 1936, quando, pela primeira vez vi Dilermando de Assis, na época capitão do exército, pertencente ao Estado Maior do Gal. Cmte. da Segunda Região Militar (hoje, Exército do Sudeste).
Nossa Escola Normal fazia parte do roteiro de solenidades devidas a tão ilustres militares, que visitavam cidades onde tinham unidades do Exército, para um bom relacionamento com a sociedade, ainda agastada com a derrota da Revolução de 32, quando os paulistas queriam a Constituição, a Lei Magna da Pátria.
Finda a visita, nosso professor de música, maestro Modesto Tavares de Lima, contou-nos que aquele capitão, ao lado do general, era Dilermando de Assis, homem que matara o famoso escritor Euclides da Cunha e seu filho.
A segunda vez, eu já 1º Tenente, foi em 1948, no Palácio dos Campos Elíseos onde ele fora levar um convite de casamento de uma de suas filhas ao Dr. Adhemar de Barros. Na sua saída, o saudoso Cel. Oswaldo Feliciano, na época capitão Ajudante de Ordens do governador paulista falou-me que aquele cidadão era o 'homem que matara Euclides da Cunha', em 1909, na tragédia de Piedade, agora General Reformado Dilermando de Assis.
Perdera sua identidade desde aquele fatídico ano; em sua carreira militar galgou todos os postos de hierarquia mas, ninguém falava referindo-se a ele: o Capitão..., o Major..., o Coronel..., o General.... mas, falavam enfaticamente: 'Esse é o homem que matou Euclides da Cunha', brilhante escritor de Os Sertões, livro taduzido em inúmeros países.
Dos dois processos criminais: 1909 e de 1916, foi absolvido, pois, ficou provado que matou pai e filho em legítima defesa, entretanto, carregou por toda sua vida aquele estígma de ser o assassino do grande escritor. 
Doente, alquebrado, a pedido de sua filha, visitou Ana Paes, pivô do triângulo amoroso, que originou a tragédia. Estava agonizando. Dilermando achegou-se ao seu lado e, com os olhos marejados de lágrimas falou: "Sianinha, você me perdoa?". Meses depois fechou os olhos para o mundo, readquirindo sua identidade. Morreu como General do Exército Brasileiro.

Concerto de Natal no Obelisco

domingo, 19 de dezembro de 2010

Cel. Júlio Bono

Manhã triste no dia 16 de novembro! A notícia chegou meio confusa... um coronel, nosso associado, tinha se afogado no Porto de Galinhas, em Pernambuco. Minutos de espera, de angústia, até que um e-mail de Brasília, deu-nos conta que o Cel. Júlio Bono, em gozo de férias se afogara nas ondas traiçoerias de um mar tão lindo!
Quem ousaria pensar, que o Cel. Bono, exímio nadador morresse afogado, naquele recanto paradisíaco e histórico do nordeste brasileiro?...
Sua carreira na Polícia Militar foi exemplar. Na Reserva nos acompanhava nos gabinetes de secretários de Estado, governadores, lutando na Constituição de 1989, ajudando-nos a inserir os artigos 29 e 30 na Lei Magma.
Na luta para a nossa vitória do Ato Normativo, que promoveu um número incontável de 2º. Tenentes, o Cel. Bono estava sempre presente em nossas trincheiras, com enorme entusiasmo, com sua exuberante inteligência e capacidade de ação e oratória.
O ponto alto, em nossa visão, de seu roteiro em vida, deu-se em Brasília, quando assumiu honroso cargo de Chefe de Gabinete do Deputado Federal Michel Temer, que presidiu o Legislativo por várias vezes.
Você, bom amigo Bono, era o embaixador junto ao nosso eminente amigo Michel Temer, atendendo-nos maravilhosamente bem, enfatizando todas as aspirações não só da nossa PM como das heróicas PMs do Brasil. Você fará muita falta neste momento, aliás, em todos os momentos, pois ainda pairam no ar ameaças às sentinelas da Pátria, as honrarias das Polícias Militares do Brasil.
Fatalidade, fatalidade. Você Bono, tenha a certeza da nossa emoção e da nossa tristeza, mas também saiba que os seus amigos de São Paulo, da nossa grande família, a Corte do Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, estamos em oração para o seu descanso eterno. Paz a sua alma.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Polícia Militar - 179 anos de vida

No último dia 03 de dezembro, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo prestou uma homenagem à PM, nos seus 179 anos de existência, a serviço de nosso grande Estado e do Brasil.
As tribunas de honra, o plenário e as galerias estavam tomadas por representações militares e também de civis que reconhecem na Corporação a grande responável pela segurança dos paulistas e de todos os que habitam a terra de Piratininga.
Na presidência da augusta Assembleia Legislativa, estava o dep. Edson Ferrarini, que pronunciou uma belíssima oração, enaltecendo os reais serviços prestados pela tropa bandeirante, garantindo a segurança do nosso solo.
O Cmte. Geral Cel. Camilo proferiu uma oração, repleta de passagens heróicas da PM de ontem e a atuação magnífica nos dias de hoje, citando um acontecimento emocionante de uma soldado feminina que, graças a sua preparação profissional, evitou uma tragédia, uma menina de 08 anos sequestrada e que cairia nas mãos de pedófilos.
O coral da banda de música cantou belas canções tornado o ambiente muito alegre, festivo e emocionante. A banda tocou vários dobrados, que dizem respeito a nossa brasilidade, cantados por todos os presentes.
Parabéns Polícia Militar de São Paulo, mil vezes gloriosa.

domingo, 21 de novembro de 2010

Cap. Hélio Tenório

No dia de ontem, 20 de novembro, consagrado da Consciência Negra, tive uma grande alegria ao receber a visita do Cap. Hélio Tenório, que veio acompanhado do nosso amigo Ten. Aguiar. Tenório é um oficial de alto gabarito, uma referência em nossa Polícia Militar, dada as suas qualidades de escritor, e a sua atuação honrosa em serviço da ONU, na defesa dos habitantes do Timor Leste, ameaçados pelos timoneiros do oeste, pertencentes à Indonésia.
Outro galardão obtido do nosso amigo é ter sido solicitado pelo exército brasileiro para a intenção de oficiais, com destino ao Haiti, dados os seus conhecimentos adquiridos por 2 anos, na guerrilha do sudeste asiático.
Tem percorrido o país, sediando em várias unidades do exército, para a nobre função de instrutor. Esteve recentemente no Haiti, fazendo-nos um relato do sofrimento daquele país, o mais pobre das Américas, vítima de terremtos, furacões e, agora com o surto da cólera, peste que já matou de uma milhar de haitianos.
Obrigado pela visita, Cap. Hélio, aprendi muito com você. Continue nessa santa cruzada, elevando o nome do Brasil, de São Paulo e a tropa de Tobias de Aguiar, na qual já se tornou uma referência.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Guarda Civil



Em 22 de outubro de 1926, por lei do então presidente Carlos de Campos, foi criada a Guarda Civil de São Paulo, que, durante 44 anos, prestou relevantes serviços ao Estado e a Nação.
Rememorando a história, a década de 20 foi, no programa político do Brasil, extremamente grave. Foi a década das revoluções:
1922: O Levante do Forte de Copacabana, início do Tenentismo;
1924: A Revolução de São Paulo, continuidade do Tenentismo;
1926: O Tenentismo perseguido pelas forças legais e
1930: O Tenentismo vitorioso, começo da Era Vargas.
Até 1926, o policiamento de São Paulo estava a cargo da Força Pública, com os seus 2 corpos de Guarda Cívica, o primeiro corpo na capital e o segundo no interior.
Para a perseguição aos revoltosos da Coluna Miguel Costa-Prestes, em Mato Grosso e Goiás, a Força Pública recebeu ordens para mobilizar 2400 homens (Infantaria, Cavalaria, Infantaria Montada, Sapadadores e Aviação Militar).
Ocasião em que foram extintos os 2 corpos da Guarda Cívica, transformados em 6º e 7º Batalhões de Caçadores, para o reforço da Infantaria.
São Paulo então ficou sem segurança e as ocorrências policiares começaram a assustar as autoridades e a população. Centenas de civis apresentaram-se para o policiamento, mas não deu certo. Foi então que o Presidente Carlos de Campos criou a Guarda Civil de São Paulo nomeando seu 1º diretor: Dr. Antonio Pereira Lima. Nomeou também o Cel. Alexandre Gama, ex-comandante da Guarda Cívica como organizador e instrutor da novel corporação.
Nas revoluções de 30, 32, 35 e 38, a Guarda Civil lutou ao lado da Força Pública defendendo a ordem constituída a legalidade e só uma vez ambas foram rebeldes ao governo federal quando defenderam São Paulo, em 32.
A Guarda Civil participou da Segunda Guerra Mundial, com 79 homens.
No dia 09 de março de 1970 marcou o fim da Guarda Civil e a criação da Polícia Militar herdeira das virtudes e dos bens culturais das duas entidades.

domingo, 17 de outubro de 2010

104 anos de jejum

A propósito das eleições do próximo dia 31, convém lembrar, respeitando a história, que faz mais de um século, precisamente 104 anos, que um paulista não assume a presidência da nação.
Depois do Mal. Floriano Peixoto, os três priemiros presidentes civis foram os paulistas:
- Prudente de Morais - 1894-1898;
- Campos Salles - 1898-1902;
- Rodrigues Alves - 1902-1906.
Rodrigues Alves foi, mais uma vez, eleito mas faleceu vítima da gripe espanhola, antes de tomar posse (seria o quatriênio: 1918-1922).
Outro paulista, Dr. Júlio Prestes de Albuquerque, filho de Itapetininga, foi eleito para o quatriênio: 1930-1934, entretanto não tomou posse no Palácio do Catete, devido à Revolução vitoriosa de Getúlio Vargas.
A hora é propícia para os brasileiros elegerem José Serra, paulistano da Mooca, político experiente, pois foi deputado, prefeito, senador e governador de São Paulo. Está, portanto, capacitado a exercer as nobres funções de presidente do Brasil, neste próximo quatriênio.
Sua vitória, temos a certeza, preencherá então a lacuna de 104 anos de espera.

domingo, 12 de setembro de 2010

Éramos 38

Éramos 38 jovens, os corações pulsando, plenos de idealismo, de patriotismo, nossa Pátria corria perigo de invasão, pois Hitler e Mussolini ameaçavam o mundo todo para impor o nazi-fascimo. A França derrotada, os alemães em Dunquerque, prontos para a invasão à Ilha Britânica. O norte da África e a União Soviética invadidos pelas Panzer Divisionen.
Deixemos a guerra e voltemos aos 38 cadetes, que seriam Aspirantes em 1944, a primeira turma a se formar na, hoje, Academia de Polícia Militar do Barro Branco.
Alguns colegas ficaram à beira do caminho. Seguirarm outros destinos ou sumiram nas brumas do tempo. Éramos 38, e hoje, apenas 5: Ceis. Campanhã, Camilo, Veloso, Hugo Viana e este que subscreve este blog.
Em homenagem aos 50 anos de formatura, reunimo-nos, os poucos restantes, para o Jubileu de Ouro, assistindo uma Missa de Ação de Graças, em nossa Capelania Militar Santo Expedito. Alegria, abraços e sorrisos de todos nós. Lágrimas e mais lágrimas ao fazermos a chamada dos companheiros ausentes, que se apressaram para o encontro com DEUS.
Dentre eles, três maravilhosos colegas que morreram tragicamente:
Benedito Neto, paulista de São Simão que, numa ocorrência policial, caiu fulminado com uma bala no crânio.
Waldir Alves de Siqueira, capixaba de Cachoeiro do Itapemirim, morto covardemente por um bandido, cinco tiros à queima roupa.
José da Silva Bueno, paulistano da Pompeia, pescador de alto-mar, desapareceu do barco. Alarme geral os pescadores da vizinhaça levantaram suas redes, bombeiros em ação, helicópteros nos céus vasculhando o mar e horas e horas se passaram, horas de agonia. Nada, nada na região dos Alcatrazes.
O que teria acontecido? Um E.T. o teria abduzido? Ao lavar as xícaras para o café, no tombadilho, teria caído ao mar e devorado por turbarões? As correntes marítimas o teriam levado para longe, talvez para África? Ou uma sereia apaixonada o teria raptado, carregando-o para as profundezas dos mares?
A propósito, neste setembro de 2010, faleceu mais um colega, seu nome Cel. Eurico José Cola, grande amigo, grande oficial, homem de virtudes. Foi para todos nós um exemplo de vida e agora habita a casa do PAI. Descanse em paz Cel. Cola, nosso amigo, bendito seja DEUS.

domingo, 15 de agosto de 2010

Uma anedota de guerra

Lendo o blog de Ricardo Della Rosa, moço apaixonado pela nossa história (http://tudoporsaopaulo1932.blogspot.com/), lembrei-me do patriotismo da juventude paulista e dos brasileiros e estrangeiros residentes em São Paulo.
Foram milhares de voluntários que se apresentaram para a luta, não havendo tempo hábil para uma instrução adequada, sendo também o armamento e munição muito escassos. Convém ressaltar que a Revolução de 30 com a derrota do poder legal, a Força Pública perdeu seu poderio bélico, sua aviação militar, sua artilharia e petrechos de armas automáticas, restando apenas fuzis, a maioria descalibrados, mas mesmo assim ela se rearticulou constituindo precariamente uma aviação de ataque e defesa, restos sobrados no Campo de Marte. Valeu-se também de bombardas e granadas de mão da indústria paulista. Perto de 70 mil voluntários se apresentaram e os instrutores e monitores foram tirados dos quadros da Força Pública.
Em fins de setembro, todas as forças constitucionalistas estavam exauridas nesses três meses de guerra, valendo-se os paulistas da famosa matraca, que imitava tiros intermitentes e rajadas idênticas a de metralhadoras. Razão do armistício consolidado nos primeiros dias de outubro.
O Brasil na ocasião não entendeu São Paulo. Somente em 1934, o ideal da Revolução foi conseguido com a sua Constituinte, que perdurou até 1937, quando Getúlio Vargas instaurou o Estado Novo, regime ditatorial permanecendo até 1945.
À respeito da instrução açodada lembrei-me de uma piada (anedotário de guerra), mais ou menos assim: um recruta teve alguns minutos de instrução sobre granadas. O instrutor o orientou que precisaria puxar o grampo para liberar o capacete que soltaria o percursor e consequente a granada explodiria. Em pleno combate o tenente deu ordem para o seu pelotão atirar as granadas de mão, mas o recruta esqueceu de puxar o referido grampo e atirou, a granada acertou a testa de um soldado inimigo, um paraibano. Este sentindo muita dor e com a testa ensanguentada gritou de sua trincheira:
- Ôh Pólista! Pedrada não! Não arrelache a guerra...

domingo, 8 de agosto de 2010

Ataque do PCC?

O Ten. Cel. Telhada, Comandante da Rota, o Primeiro Batalhão da PM Tobias de Aguiar, lendária OPM da Corporação, foi vítima há poucos dias, de criminosos, verdadeiros bandidos, recebendo vários tiros. Felizmente saiu ileso. Horas depois, o próprio Quartel da Rota foi metralhado, fazendo crer, que o terrorismo havia voltado às ruas de São Paulo, como aconteceu num passado recente, quando o PCC, obedecendo ordens de Marcola, assassinou barbariamente mais de duas dezenas de policiais militares.
A preocupação das autoridades, visto que, dezenas de carros e ônibus foram icendiados, causando pânico na sociedade, mas a polícia militar e a polícia civil estão prontas para combater qualquer ataque desse criminososs.
A propósito, congratulando-me com o Ten. Cel. Telhada, enviei-lhe a seguinte mensagem: Ten. Cel. Telhada, você é o primeiro acadêmico herói do Brasil.
Há poucos dias como os leitores tomaram conhecimento, foi nomeado, pelo presidente da Acadêmia de História Militar Terreste do Brasil, Cel. EB. Claudio Moreira Bento, o patrono da cadeira "Cel. Pedro Dias de Campos", vulto sagrado da nossa história.
Respondeu-meu nos seguintes termos:

"Prezado Mestre Cel. Edilberto.

Obrigado pelo apoio e consideração.

Conte sempre conosco.

Nunca serei herói...

Grande abraço."

Tenente Coronel PM Telhada.

Comandante da ROTA.

domingo, 1 de agosto de 2010

Entrevista

Na sexta-feira passada recebi o convite para uma entrevista no canal da Assembleia Legislativa, canal 07 da NET.
Durante a entrevista foi perguntado sobre um certo paraquedista que saltou em plena Mata Amazônica, sul do Pará, para o resgate do avião President da Pan American, com dezenas de passageiros. Em plena selva abriram clareiras para o pouso de helicópteros e de aviões de pequeno porte. Infelizmente não houve sobreviventes.
O fato interessante é que um que saltou não era paraquedista, tratava-se do Cap. Djanir Caldas. Foi uma loucura sublime. Ele mesmo justificou este tresloucado gesto, pois os praças paraquedistas da então FP não podiam ficar sem um comando de um oficial, enfrentando os perigos e os mistérios da floresta amazônica. Esse fato repercutiu em todos os jornais.
E sobre os três generais da Corporação, da Guerra do Paraguai, Nascimento Pinto, da Divisão Revolucionária, Miguel Costa e da Revolução de 32, Marcondes Salgado.
E sobre a história da criação da Guarda Civil de SP e da Cooperativa da PM, ressaltando a sua grande importânicia, pois atualmente conta perto de 70 mil cooperados, sendo considerada a maior cooperativa das Américas.
Todos esses assuntos constam no meu recente livro Clarinadas da Tabatinguera, podendo ser adquirido na sede da AORRPM.

domingo, 18 de julho de 2010

Clarinadas da Tabatinguera


Aos meus amigos do blog, dia 15 pp passado, foi lançado mais um livro de minha autoria.
A solenidade realizou-se na Cooperativa da PM - COOPMIL, presente altas autoridades militares e civis. A obra abrange uma centena de artigos sobre história, estória, contos, crônicas etc, ressaltando, muitos deles, os feitos heróicos da nossa Corporação que o Brig. Rafal Tobias de Aguiar plantou na terra bandeirante.
Batizei o livro de "Clarinadas da Tabatinguera", focalizando a Associação dos Oficais da Reserva e Reformados da PM que, orgulhosamente, presidi em 7 mandatos.
Se houver interesse dos amigos em adiquiri-lo, o endereço é rua Tabatinguera, 278 (sede da AORRPM), Centro/SP. Procurar por D. Nazaré, secretária do Conselho Deliberativo.


domingo, 27 de junho de 2010

História Militar Terrestre do Brasil

O Sr. Cel. EB Claudio Moreira Bento, digno presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, esteve em nossa capital no dia 24 pp, para empossar na Cadeira "Miguel Costa" o Sr. Cel. Luíz Eduardo Pesce de Arruda e na Cadeira "Pedro Dias de Campos" o Sr. Ten-Cel. Paulo Adriano Lopes Lucinda Telhada.
A cerimônia realizou-se no salão de conferências do regimento de cavalaria "9 de julho", estando presentes várias autoridades, entre elas o Dr. Lauro Ribeiro Escobar, mestre de heráldica e seu filho Lauro Escobar Ribeiro Junior, juíz de nosso tribunal de justiça militar, além de comandantes, oficias e familiares dos novos acadêmicos Cel. Arruda e Ten-Cel. Telhada.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Barro Branco, Saudades

Saudando o blog do Barro Branco, quero dizer aos jovens cadetes da Tropa Paulista que, em 1940, o Batalhão de Guardas da antiga Força Pública, formou em continência ao Interventor Federal Dr. Adhemar de Barros, quando do lançamento da pedra fundamental para a construção do novo Quartel do CIM (hoje a Academia Barro Branco).
Era eu soldado, da 2ª Cia. do referido Batalhão. Em 1944, pertenci à 1ª turma de Aspirantes do Barro Branco. Pensávamos que iríamos para a luta porque o Brasil tinha declarado guerra. Nosso entusiasmo era muito grande, defender os países democráticos contra os países agressores: Alemanha, Itália e Japão.
O ideal era Morrer pela Pátria, mas um certo General Inverno da Rússia tirou todo o poderio bélico da Alemanha e o fim do conflito chegou em maio de 1945.
Saudades do Barro Branco. Quando o visito sinto muita emoção, porque vejo uma ilusão gemendo em cada canto e chorando em cada canto uma saudade...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Boas Novas

Ciapina e Ventura ... Bom dia amigos!
Jovens oficiais continuam, na Gazeta, a exaltar os feitos gloriosos da nossa PM, seu passado histórico e atuação no presente em prol da sociedade paulista, continuando a nossa atuação na televisão naqueles bons tempos... a peteca não pode cair...
Ventura, Abrilada passou. Agora vem o MMDC, logo em seguida o 9 de Julho. Vamos cuidar do Túnel da Mantiqueira, melhorar aquele mato histórico, ao que consta, meio abandonado.
Boa notícia: dois novos acadêmicos da Academia Militar Terrestre do Brasil. O Cel. Arruda (Comandante do CAES), patrono da cadeira "Miguel Costa" e Cel. Telhada (Comandante da ROTA), patrono da cadeira "Pedro Dias de Campos". A posse solene deverá acontecer no mês de junho próximo, no Quartel da Luz.
Saudações Tobianas a todos!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Canil da PM

O Cap. José Antônio de Melim Junior, aluno do CAO (Centro de Aperfeiçoamento de Oficiais), solicitou-me uma entrevista para esclarecer alguns pontos sobre o surgimento do Canil na PM.
Em 1950, o Cap. Djanir Caldas foi a Buenos Aires, lá permanecendo por dois meses, a fim de estagiar nos diversos departamentos policiais daquele país (informação fornecida pelo Cel. Arruda, Comandante do CAES).
Ao regressar ao Brasil, alvo de elogios do chefe da Polícia Federal Argentina, por sua dedicação, cultura e espírito de caramadagem, trouxe consigo, a título de doação, dois cães pastores alemães, que utilizou nas aulas de de adestramento, teórico e prática, no período de instrução que cumpriu naquele país (sic).
Os cães pastores foram abrigados na Escola de Educação Física tendo um tratador responsável. A alimentação, a princípio, foi fornecida pelo Serviço de Subsistência e o Regimento de Cavalaria destacou um veterinário para os cuidados devidos.
O número de cães foi aumentando gradativamente, tomando parte em muitas ocorrências policiais, destacando-se como verdadeiro heróis, no salvamento de pessoas, principalmente crianças em perigo, localizando desaparecidos.
Os Batalhões do interior, sentindo a importância do emprego dos mesmos no policiamento, foram paulatinamente inauguradando seus canis. Hoje, o Canil da PM, localizada no Barro Branco, no 3º. Batalhão de Choque é um ponto turístico, sendo um dos cartões postais da Corporação.
Sobre o Cap. Caldas um dos nossos heróis, voltaremos a falar, destacando outros fatos que fazem parte de nossa história.

sábado, 1 de maio de 2010

Bofete

Na apresentação deste blog, referi-me à minha terra natal, Bofete, situada no centro-oeste paulista, nas quebradas da Serra de Botucatu. É encantadoramente bela, ecológica, do petróleo e berço do Gigante que Dorme...

Eis a sua história:

Em 1840 chegaram os primeiros sertanistas na região, vindos de Minas Gerais, Srs. Vicente Ferreira da Costa, sua esposa Eugênia Maria do Carmo, João Antônio Gonçalves e Félix Ilário com suas famílias fixando suas residências na região, na época desabitada, havia apenas vastas áreas verdes onde a vegetação predominante era a samambaia. Em virtude da grande quantidade de tal vegetação, os recém-chegados deram ao lugar o nome de Samambaia.

Em 1843, já com a posse das terras, o sertanista Vicente Ferreira doou uma área para a igreja recém-construída. Foi doada uma imagem de Nossa Senhora da Piedade. A partir daí a comunidade condecorou a Santa como padroeira do vilarejo, passando a chamar-se Patrimônio de Nossa Senhora da Piedade. Em 28 de fevereiro de 1866, o então escrivão de Botucatu, Francisco Antônio Galvão, elevou a região à categoria de distrito daquele município, pela Lei Provincial nº. 06, passando a chamar-se Freguesia do Rio Bonito. O novo nome foi homenagem ao rio de águas límpidas e volumosas, com muitos peixes, que passava pelo vilarejo, hoje Rio do Peixe. Em 21 de abril de 1880, por outra Lei Provincial nº. 75, foi desmembrado do território de Botucatu, elevando à categoria de município, tornando-se independente.

Pela Lei Estadual nº. 1038, de 19 de setembro de 1906, a sede municipal foi elevada à categoria de cidade, com a responsabilidade de administrar o distrito de Pirambóia, incorporado ao novo município, ficando com uma área de 846 km2 e uma população de 12.700 habitantes. Em 21 de janeiro de 1921, na Lei nº. 1828, o município passou a denominar-se Bofete e pertencendo à comarca de Tatuí.

No ano de 1938, pelo Decreto Estadual nº. 9073, na gestão do farmacêutico Francisco Gorga, o distrito de Pirambóia foi desmembrado do município levando consigo uma área de 150 km2, deixando Bofete com 656 km2, a qual mantém atualmente. Em 1940, aconteceu o fenômeno demográfico, o município começou a ter problemas de desmatamento e queimadas para o cultivo da agricultura e pecuária.

Por se tratar de uma região arenosa, as terras perderam a fertilidade devido ao grande desmatamento e constantes queimadas, a agricultura enfraqueceu, ocorrendo um grande êxodo, reduzindo a população pela metade. Pelo Decreto Estadual nº. 14.334, de 30 de novembro de 1944, o município de Bofete foi transferido judicialmente, da comarca de Tatuí, para a comarca de Conchas.

Na década de 60, o município encontrava-se totalmente devastado, a vegetação nativa, grande parte formada por cerrado, foi destruída e substituída pelas lavouras de milho, café, feijão e inclusive extensos arrozais. O município foi um grande produtor de arroz, da década de 50 até o início de 70. O cultivo desse produto chegou a ter influência predominante na economia local, havia várias máquinas na cidade que beneficiava e vendia o produto para a população. Também é importante lembrar que o café teve seu período de ascensão. Com a super-exploração, e o fato do solo da região ser arenoso, não resistiu ao cultivo, começando a sofrer um processo de desagregação.

Para corrigir os problemas geográficos, os proprietários de terras foram orientados a utilizar técnicas naturais a fim de combater as erosões, e iniciaram um novo processo de recuperação do solo. A partir daí chegaram as primeiras sementes de braquiara, que foram semeadas para evitar erosões e ao mesmo tempo servir de alimentação para o rebanho bovino.
Com essa mudança radical, no decorrer dos anos mudou-se o comportamento econômico do município, consolidando-se o rebanho, tornando-se a economia predominante.

Seu nome é em homenagem ao grande morro que fica a seu pé. Por esse morro passava uma estrada que levava ao município de Tatuí, que era ponto de passagem dos sertanistas. No local havia grandes cavernas onde os tropeiros guardavam seus pertences, inclusive mantimentos. Por coincidência, na época havia um tipo de móvel de origem francesa, usado para estocar alimentos, que denominava Buffet. Os sertanistas aportuguesaram para 'bofete', tornando-se popular na comunidade.

Trexos extraídos do site: http://www.bofete.sp.gov.br/

terça-feira, 27 de abril de 2010

Cel. Alfiéri: Herói de duas Pátrias


CAES é a sigla do Centro de Altos Estudos de Segurança, valiosa Unidade da nossa gloriosa Polícia Militar.
Ontem, dia 26 de abril, seu jubileu de prata, à convite do Comandante Cel. Arruda, proferi uma palestra sobre a história desse grande Estabelecimento de Ensino, cartão de visita da tropa paulista.
Em minha palestra foi ressaltada a figura do notável Cel. Francisco Júlio César Alfiéri, filho de um general do Exército Italiano, chegou em nossa capital, em fins do séc. XIX, para o trabalho nas fazendas de café. A ausência do braço escravo, foi incrementada à imigração e a colônia italiana em São Paulo cresceu demasiadamente.
Como em 1897, ocorria a Guerra de Canudos, de Antônio Conselheiro, na Bahia, o jovem italiano alistou-se nas fileiras do 1º Batalhão, hoje a ROTA. No assalto ao Arraial de Antônio Conselheiro, no combate corpo a corpo, com os jagunços foi ferido, sendo promovido a sargento furriel por ato de bravura .
Em 1907, alcançou o posto de 1º Ten. mercê de sua capacidade intelectual e profissional. Nesse ano foi o formador da Escola de Cabos, Escola de Sargentos em 1912, e Escola de Oficiais em 1913, a base da atual Academia de Polícia Militar do Barro Branco.
Conhecedor fluente no idioma francês, foi o tradutor de todas os regulamentos da Missão Francesa para os diverssos cursos de formação.
Em 1914, já capitão, exonerou-se das fileiras da Força Pública e, como cidadão rumou à Itália, alistando-se como simples soldado para defendê-la na 1ª. Grande Guerra 1914-18. O teatro da luta foi no norte da Itália enfrentando a Áustria, esta aliada dos alemães contra os países democráticos. O Alto Comando da frente de combate, sabendo da sua origem: capitão da Força Pública e diplomado pela Missão Militar Francesa, promoveu-o a capitão do Exército Italiano.
Após 4 anos, o armistício em 1918, regressou ao Brasil e, enquanto esperava sua readmissão nas fileiras da FP, trabalhou como marceneiro, no bairro de Santana.
Finalmente em 1922, no governo do Presidente Washigton Luís, foi reincorporado na tropa bandeirante. Por indicação sua e aprovada pelo Gen. Antoine Nerel, comandante da 2ª Missão Militar Francesa foi criado o CAO: Centro de Aperfeiçoamento de Oficiais, do qual foi o seu primeiro comandante, em 1923.
Alfiéri lutou bravamente nas Revoluções de 24, 30 e 32, neste ano Coronel Chefe do Estado-Maior. Passou para a Reserva em 1942, falecendo dois anos depois.
Eis a vida do Cel. Alfiéri. Podemos chamá-lo de o Herói de duas Pátrias, um novo Garibaldi.