Boa leitura!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Revolução Constitucionalista de 32

Na Serra da Mantiqueira


Na Serra da Mantiqueira
Sob a fronde da mangueira
Que ela em moça viu plantar
Sentadinha no seu banco
Trançando o cabelo branco
Mãe Maria, vai sonhar...

Dos amores do passado
Só lhe resta um filho amado
Que lhe dá felicidade
Ele é todo o seu encanto
Sua vida, o fruto santo
Da longínqua mocidade.

E nas nuvens que correndo
Vão no céu aparecendo
Pra no ocaso descansar
Ela vê seus belos dias
De venturas e alegrias
Que não mais hão de voltar...

Eis porém que veio a guerra
Abalando toda a serra
Com o rugido do canhão
E a velhinha amargurada
Viu seu filho, lá na estrada
Se sumir, num batalhão...

Segurando seu rosário
No seu banco solitário
Mãe Maria reza agora
Pede a Deus ardentemente
Que lhe mande o filho ausente
Que já tanto se demora.

E numa tarde ao sol poente 
Ela escuta de repente
A voz meiga do rapaz
Que lhe diz, tal como em vida:
Muito em breve, mãe querida
Lá no céu me encontrarás...

           

Há uma relação sentimental entre a Revolucão de 32 e a canção Serra da Matinqueira. A letra é o escritor e poeta Ari Kerner, gravada em 1933, homenageando um herói, um soldado desconhecido, que tombou no campo da luta. Filho único, alistou-se nas fileiras de batalhões bandeirantes que lutaram na frente leste, divisa com Minas Gerais, o famoso Túnel da Mantiqueira. A velhinha, sua mãe, como  diz a canção, rezava todos os dias pedindo a Deus que seu filho voltasse para seus braços, mas o seu filho morreu em combate. Atendendo as suas preces, ele aparece espiritualmente dizendo:  Muito em breve, mãe querida... Lá no céu me encontrarás...