O mês de maio, mês das flores, das mães, das noivas e também o mês de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, os heróis de 32. Para fortalecer a data de 23 de maio, o Governador Laudo Natel, em boa hora, instituiu o DIA DA JUVENTUDE, homenageando neles toda a mocidade da Pátria Brasileira, na sigla MMDC.Vamos fazer um passeio pela nossa História; paremos nos anos conturbados por revoluções e guerra, que envolveram nossa Corporação, na primeira metade do século XX:
1922: marcou o 1.º centenário da nossa Independência, não foi só de festas. Quando os ventos soprados da Europa levaram para todos os quadrantes da Terra, a terrível gripe espanhola, que matou mais que a própria 1.ª Grande Guerra (1914-18), chegava também até nós, do Velho Continente, a mensagem de novas idéias, de novos caminhos, que marcaram a evolução de toda a Humanidade. Os velhos conceitos deveriam cair, dando lugar aos protestos de homens e mulheres, a maioria jovens idealistas e revolucionários.
Todas as manifestações do saber humano tinham que se modificar e evoluírem. As letras, a música, a pintura, a escultura, e tantas outras artes tinham que esquecer os padrões clássicos e enveredar por novas metas, novas trilhas.
Em nossa Paulicéia, nesse ano que marcou o Grito do Ipiranga, aconteceu a Semana da Arte Moderna, movimento renovador, capitaneado por Mário de Andrade, Osvaldo de Andrade, Menotti Del Picchia, Cândido Portinari, Lasar Segal, Anita Malfati, Tarsila do Amaral, e tantos outros intelectuais e artistas.
A política não faltaria nesse caldeirão efervescente, contaminando também as Forças Armadas, nascendo, então, dentro dos Quartéis, um movimento rebelde que a História convencionou chamar de TENENTISMO, sintetizando, em filosofia política, o ideal de jovens oficiais ou oficiais de mentalidade jovem, que fez explodir, a 5 de julho de 1922, na então capital Federal, Rio de Janeiro, um movimento revolucionário contra o Governo de Epitácio Pessoa, que passou a História, como Os 18 do Forte de Copacabana.
1924: no mesmo dias 5 de julho, irrompeu em São Paulo, outro movimento revolucionário, chefiado pelo Gen. Izidoro Dias Lopes e pelo Maj. Miguel Costa, este Fiscal do nosso Regimento de Cavalaria, que desfraldaram a mesma Bandeira do Tenentismo.
1925 a 1927: a Revolução continuou, os Legalistas perseguindo a Divisão Revolucionária, agora comandada pelo nosso Gen. Miguel Costa, tendo como Subcomandante Luiz Carlos Prestes. Percorreu essa Divisão mais de 30 mil kms, de penosas marchas pelos longínquos rincões da Pátria, na divulgação dos objetivos lançados em São Paulo, sempre perseguida, sempre acossada pelas forças que defendiam a Legalidade. Essa marcha é a maior registrada na história mundial, suplantando a Retirada dos 10 mil de Xenofonte e as de Hamilcar e Aníbal, heróis de Cartago.
1930: Revolução Outubrista de Getúlio Vargas, que marcou o fim da 1.ª República, a vitória do Tenentismo e o início do Governo Getulista:
· De 1930 a 1934 – Ditadura
· De 1934 a 1937 – Democracia
· De 1937 a 1945 – Ditadura/Estado Novo
· De 1950 a 1954 – Democracia – 24 de agosto morte de Getúlio Vargas.
Durante esse longo período, Getúlio enfrentou:
· Em 1932 - Revolução Constitucionalista em São Paulo
· Em 1935 - Intentona Comunista chefiada por Luiz Carlos Prestes
· Em 1938 - Ação Integralista de Plínio Salgado
· Em 1942 a 1945 - 2.ª Grande Guerra Mundial (1939-45).
Situemo-nos agora, na Epopeia Paulista de 32, jovens que sensibilizaram todas as consciências livres, marcando o calendário cívico da sigla MMDC. Rememoremos..."No dia seguinte 23 de maio de 1932, o entusiasmo chegou ao auge. Pedro de Toledo reconquistou sua autoridade e nomeou todo o Secretariado de São Paulo, contrariando ordens de Getúlio. Foi um delírio do povo bandeirante que aclamou o Governador Pedro de Toledo, não mais interventor. Dando vazão a essa grande conquista, o povo dirigiu-se ao centro de São Paulo e ao passar pela Praça da República foi metralhado por simpatizantes da Ditadura. Consumou-se então a tragédia”.
Morreram Euclides MIRAGAIA, Mário MARTINS de Miranda, DRÁUSIO Amadeu Martins e Antonio CAMARGO de Andrade...”
Como escreveu o poeta Guilherme de Almeida: “Morreram cedo para viver sempre”.
Terminemos este passeio histórico, exaltando a figura heróica do nosso mártir Cap. Alberto Mendes Junior, morto pelo guerrilheiro Lamarca, no Vale do Ribeira, em 1970. Mendes Junior cumpriu aquele juramento sagrado à Bandeira... cuja Honra, Integridade e Instituições defenderei com o sacrifício da própria vida!