Boa leitura!

domingo, 6 de dezembro de 2015

O CONSELHO DO GOVERNADOR

          Conta-se que certo Governador recebeu, em seu Palácio, um parente, que pretendia seguir a carreira política. Trouxe do interior uma carta de apresentação do Presidente do Partido, recomendando, ao Chefe do Governo, que o indicasse candidato a Vereador na Capital, nas próximas eleições.
         Acolheu o moço carinhosamente, perguntou de seu pai, primo e amigo, também de sua mãe e conversaram durante horas sobre diversos assuntos, até que, lendo aquela missiva, encarou o rapaz e, num tom muito sério esclareceu não ter condições de entrar na carreira política, por uma questão grave, seu pai era um bêbado, sem-vergonha e ladrão e sua mãe não tinha boa conduta moral, constando ter vários amantes, e foi por aí afora, com sua linguagem amarga contra a família de seu primo.
         O rapaz, brioso, não aguentou tantos desaforos, avançando furiosamente contra o Governador, tentando esbofeteá-lo, mas os ajudantes de ordem, prevenidos carregaram-no para uma sala ao lado.
         Passadas algumas horas, foi trazido ao gabinete, assustando-se quando o Governador o abraçou efusivamente, dizendo-lhe: “Meu querido sobrinho, você não pode ser político, porque nós temos que ouvir todas essas imprecações, todo esse desaforos, acusando-nos uma hora de ladrão, outro de homem traído (corno), ou o que é pior, de gay. Meu menino me perdoe, sua mãe é uma santa, seu pai é honesto, conduta ilibada, é um varão de alta linhagem. Volte para sua terra, recomende-me aos seus pais, meus caríssimos primos e escute o meu conselho: Escolha uma outra destinação, outro objetivo e conte comigo, farei tudo para ajudá-lo, agora, para política você não serve”.