Em 1980 recebi um telefonema do meu saudoso amigo Coronel Nelson Simões Schaeffer de Oliveira, candidato à Presidente do então Clube dos Oficiais da Reserva e Reformados da PM (CORRPM), convidando-me para tomar parte em sua chapa eleitoral, no cargo de Suplente da Diretoria, para o biênio 1981/82.
À princípio hesitei no atendimento do honroso convite, pois estava atarefado nas funções de Diretor do nosso Museu Militar, recebendo e catalogando relíquias sobre o passado heróico da PM, também empenhado na escrita do meu segundo livro “O Salto na Amazônia”. Acumulei também as funções de Diretor do Museu de Aeronáutica da Fundação Santos Dumont.
Depois de muito diálogo, ponderações, prós e contras, resolvi atender ao chamamento do amigo, que me garantiu ser a função de Suplente algo simbólico, que não me obrigaria a presença no Clube e que eu somente assumiria a Presidência se ele, Coronel Schaeffer, se o 1.º Vice Coronel Dr. Erlindo Salzano e se a 2.ª Vice Coronel Hilda Macedo também morresse.
Mas, na destinação de nossas vidas há algo inusitado, estranho e misterioso. No decorrer do mandato, o Presidente Nelson Schaeffer teve um problema, requerendo uma licença para tratamento de saúde. O Coronel Salzano, em seguido submeteu-se a uma cirurgia delicada, licenciando-se por um ano e a Coronel Hilda Macedo também adoeceu e se licenciou.
Essas três figuras notáveis e amigas, apressadas, nos deixaram muitas saudades e habitam agora os páramos divinos. Então, surpreso e receoso com tamanha responsabilidade, assumi a Presidência do CORRPM, em agosto de 1982.
Achei o visual do Clube muito acanhado, um terreno baldio em frente à guisa de estacionamento, comportando apenas 18 carros. No fundo um vetusto prédio, necessitando de reformas, não oferecendo conforto para os associados, carente de Enfermaria, Barbearia, Salão de Beleza, Manicure, Pedicure, Podóloga, Sauna, Academia de Ginástica e Orquestra para os bailes... No entanto, num esforço de conjunto, conseguimos dotar tudo isso para a Entidade, no decorrer do tempo. Fundamos um Coral, vozes lindas e afinadas, até hoje o cartão de visita da Associação.
Fui recebido pelos Diretores, Conselheiros e funcionários, com muita simpatia. O Diretor Tesoureiro me colocou ao par de todos os problemas de sua pasta, assustando-me quando me cientificou que a Tesouraria não tinha numerário para pagar os empregados, com 4 meses de atraso e que havia também títulos protestados.
Fiquei inteiramente aturdido! E confesso que tive medo e a preocupação tomou conta de mim. O que fazer?!!!
Como na ocasião a Ação entre Amigos (rifa) era comum em nossa Capital, apesar de proibida, tomei a peito a tarefa, comprando em consignação um automóvel, motocicleta, geladeira, máquina de lavar e uma bicicleta, os cinco prêmios que seriam sorteados pela loteria federal no último sábado do mês de novembro de 1982.
Trabalhamos arduamente, Diretores, Conselheiros e Funcionários, com muito entusiasmo, conseguindo, em pouco tempo, vender quase todos os carnês. O dinheiro ia entrando e íamos saldando os compromissos, pagando os títulos protestados, os salários atrasados dos nossos empregados e os cinco prêmios em consignação.
Que sorte! O bilhete do 1.º prêmio, o automóvel, um Ford de último tipo zerinho, zerinho, não tinha sido vendido. Alegria, alegria, o carrão saiu para o Clube, uso do Presidente.
Era fim de ano e fim de mandato; nessa altura na minha querência de vida, foi acrescida mais uma paixão, o Solar da Tabatinguera, o nosso Último Quartel!
Mais seis mandatos eu haveria de cumprir, eleito quatro vezes e aclamado três. Conseguimos muitas vitórias, criamos muitas Regionais (só havia uma em Taubaté), para as quais construímos ou compramos belas e funcionais Sedes em Taubaté, Santos, Campinas, Sorocaba, Bauru, Ribeirão Preto e Jacareí.
Em todos os Governos, com ajuda das Associações de Classes Co-Irmãs e Entidades da Polícia Civil, obtivemos razoáveis aumentos de vencimentos, sendo a grande conquista no Governo Fleury, 119,5%. Fleury, bendito seja!
Inspirado por Deus construímos a nova Sede moderna e funcional, trazendo conforto e orgulho para todos nós, dando um colorido especial, destacando-se e embelezando a tradicional e histórica Rua da Tabatinguera.
Com muito orgulho destaco que nasceram em nossa Entidade a Cooperativa da Polícia Militar (COOPMIL) e a Associação dos Deficientes físicos (ADFPM) que ficaram conosco alguns anos e que hoje são maravilhosas Organizações, dois cartões de visita da Tropa de Piratininga.
Nasceram também e agasalhamos por algum tempo a Associação das Policiais Femininas e a dos Médicos e Dentistas. Em todos os nossos sete mandatos houve muita compreensão, paz e amizade, todos valorizando o Solar da Tabatinguera, a nossa Grande Família.
Na Colônia de Férias de Itanhaém, “Mares do Sul”, lotamos todos os apartamentos de interfones, conseguimos construir 50 garagens cobertas, duas piscinas e a Sabesp nos atendeu, fornecendo água limpa, substituindo os poços artesianos, condutores de água suja e salobra. Conseguimos também da Prefeitura o asfalto da rua que começa na Rodovia Pedro Taques até a nossa Sede.
É oportuno registrar a gratidão, e o faço com desmedido orgulho, aos leais companheiros, diretores e conselheiros, que nos animaram nas duras lidas com os homens de mando, às vezes indiferentes ou hostis, convencendo-os a tornarem realidades os nossos sonhos.
Foi assim que conquistamos duas vitórias maravilhosas, a aprovação dos Artigos 29 e 30 das Disposições Provisórias da Constituição Estadual de 1989. Outra de igual e sublime magnitude foi o Ato Normativo, decretado pelo Governador Fleury, em 1992, conquistando nesses dois acontecimentos históricos a promoção de milhares de Oficiais, grande parte associados da então AORRPM, a Jóia da Tabatinguera.
Com esses leais companheiros, estivemos em Brasília, percorrendo corredores atapetados da Câmara dos Deputados e do Senado, quando nuvens negras prenunciavam tempestades sobre as guardiães da Pátria, as heróicas Polícias Militares dos Estados Brasileiros, ameaçadas de extinção pela desastrada proposta de Mário Covas.
Finalmente quero felicitar a Diretoria da nossa Entidade pela feliz ideia de editar um livro histórico e estórico, escrito pelos associados do nosso Solar da Tabatinguera.
À princípio hesitei no atendimento do honroso convite, pois estava atarefado nas funções de Diretor do nosso Museu Militar, recebendo e catalogando relíquias sobre o passado heróico da PM, também empenhado na escrita do meu segundo livro “O Salto na Amazônia”. Acumulei também as funções de Diretor do Museu de Aeronáutica da Fundação Santos Dumont.
Depois de muito diálogo, ponderações, prós e contras, resolvi atender ao chamamento do amigo, que me garantiu ser a função de Suplente algo simbólico, que não me obrigaria a presença no Clube e que eu somente assumiria a Presidência se ele, Coronel Schaeffer, se o 1.º Vice Coronel Dr. Erlindo Salzano e se a 2.ª Vice Coronel Hilda Macedo também morresse.
Mas, na destinação de nossas vidas há algo inusitado, estranho e misterioso. No decorrer do mandato, o Presidente Nelson Schaeffer teve um problema, requerendo uma licença para tratamento de saúde. O Coronel Salzano, em seguido submeteu-se a uma cirurgia delicada, licenciando-se por um ano e a Coronel Hilda Macedo também adoeceu e se licenciou.
Essas três figuras notáveis e amigas, apressadas, nos deixaram muitas saudades e habitam agora os páramos divinos. Então, surpreso e receoso com tamanha responsabilidade, assumi a Presidência do CORRPM, em agosto de 1982.
Achei o visual do Clube muito acanhado, um terreno baldio em frente à guisa de estacionamento, comportando apenas 18 carros. No fundo um vetusto prédio, necessitando de reformas, não oferecendo conforto para os associados, carente de Enfermaria, Barbearia, Salão de Beleza, Manicure, Pedicure, Podóloga, Sauna, Academia de Ginástica e Orquestra para os bailes... No entanto, num esforço de conjunto, conseguimos dotar tudo isso para a Entidade, no decorrer do tempo. Fundamos um Coral, vozes lindas e afinadas, até hoje o cartão de visita da Associação.
Fui recebido pelos Diretores, Conselheiros e funcionários, com muita simpatia. O Diretor Tesoureiro me colocou ao par de todos os problemas de sua pasta, assustando-me quando me cientificou que a Tesouraria não tinha numerário para pagar os empregados, com 4 meses de atraso e que havia também títulos protestados.
Fiquei inteiramente aturdido! E confesso que tive medo e a preocupação tomou conta de mim. O que fazer?!!!
Como na ocasião a Ação entre Amigos (rifa) era comum em nossa Capital, apesar de proibida, tomei a peito a tarefa, comprando em consignação um automóvel, motocicleta, geladeira, máquina de lavar e uma bicicleta, os cinco prêmios que seriam sorteados pela loteria federal no último sábado do mês de novembro de 1982.
Trabalhamos arduamente, Diretores, Conselheiros e Funcionários, com muito entusiasmo, conseguindo, em pouco tempo, vender quase todos os carnês. O dinheiro ia entrando e íamos saldando os compromissos, pagando os títulos protestados, os salários atrasados dos nossos empregados e os cinco prêmios em consignação.
Que sorte! O bilhete do 1.º prêmio, o automóvel, um Ford de último tipo zerinho, zerinho, não tinha sido vendido. Alegria, alegria, o carrão saiu para o Clube, uso do Presidente.
Era fim de ano e fim de mandato; nessa altura na minha querência de vida, foi acrescida mais uma paixão, o Solar da Tabatinguera, o nosso Último Quartel!
Mais seis mandatos eu haveria de cumprir, eleito quatro vezes e aclamado três. Conseguimos muitas vitórias, criamos muitas Regionais (só havia uma em Taubaté), para as quais construímos ou compramos belas e funcionais Sedes em Taubaté, Santos, Campinas, Sorocaba, Bauru, Ribeirão Preto e Jacareí.
Em todos os Governos, com ajuda das Associações de Classes Co-Irmãs e Entidades da Polícia Civil, obtivemos razoáveis aumentos de vencimentos, sendo a grande conquista no Governo Fleury, 119,5%. Fleury, bendito seja!
Inspirado por Deus construímos a nova Sede moderna e funcional, trazendo conforto e orgulho para todos nós, dando um colorido especial, destacando-se e embelezando a tradicional e histórica Rua da Tabatinguera.
Com muito orgulho destaco que nasceram em nossa Entidade a Cooperativa da Polícia Militar (COOPMIL) e a Associação dos Deficientes físicos (ADFPM) que ficaram conosco alguns anos e que hoje são maravilhosas Organizações, dois cartões de visita da Tropa de Piratininga.
Nasceram também e agasalhamos por algum tempo a Associação das Policiais Femininas e a dos Médicos e Dentistas. Em todos os nossos sete mandatos houve muita compreensão, paz e amizade, todos valorizando o Solar da Tabatinguera, a nossa Grande Família.
Na Colônia de Férias de Itanhaém, “Mares do Sul”, lotamos todos os apartamentos de interfones, conseguimos construir 50 garagens cobertas, duas piscinas e a Sabesp nos atendeu, fornecendo água limpa, substituindo os poços artesianos, condutores de água suja e salobra. Conseguimos também da Prefeitura o asfalto da rua que começa na Rodovia Pedro Taques até a nossa Sede.
É oportuno registrar a gratidão, e o faço com desmedido orgulho, aos leais companheiros, diretores e conselheiros, que nos animaram nas duras lidas com os homens de mando, às vezes indiferentes ou hostis, convencendo-os a tornarem realidades os nossos sonhos.
Foi assim que conquistamos duas vitórias maravilhosas, a aprovação dos Artigos 29 e 30 das Disposições Provisórias da Constituição Estadual de 1989. Outra de igual e sublime magnitude foi o Ato Normativo, decretado pelo Governador Fleury, em 1992, conquistando nesses dois acontecimentos históricos a promoção de milhares de Oficiais, grande parte associados da então AORRPM, a Jóia da Tabatinguera.
Com esses leais companheiros, estivemos em Brasília, percorrendo corredores atapetados da Câmara dos Deputados e do Senado, quando nuvens negras prenunciavam tempestades sobre as guardiães da Pátria, as heróicas Polícias Militares dos Estados Brasileiros, ameaçadas de extinção pela desastrada proposta de Mário Covas.
Finalmente quero felicitar a Diretoria da nossa Entidade pela feliz ideia de editar um livro histórico e estórico, escrito pelos associados do nosso Solar da Tabatinguera.