Boa leitura!

sábado, 1 de maio de 2010

Bofete

Na apresentação deste blog, referi-me à minha terra natal, Bofete, situada no centro-oeste paulista, nas quebradas da Serra de Botucatu. É encantadoramente bela, ecológica, do petróleo e berço do Gigante que Dorme...

Eis a sua história:

Em 1840 chegaram os primeiros sertanistas na região, vindos de Minas Gerais, Srs. Vicente Ferreira da Costa, sua esposa Eugênia Maria do Carmo, João Antônio Gonçalves e Félix Ilário com suas famílias fixando suas residências na região, na época desabitada, havia apenas vastas áreas verdes onde a vegetação predominante era a samambaia. Em virtude da grande quantidade de tal vegetação, os recém-chegados deram ao lugar o nome de Samambaia.

Em 1843, já com a posse das terras, o sertanista Vicente Ferreira doou uma área para a igreja recém-construída. Foi doada uma imagem de Nossa Senhora da Piedade. A partir daí a comunidade condecorou a Santa como padroeira do vilarejo, passando a chamar-se Patrimônio de Nossa Senhora da Piedade. Em 28 de fevereiro de 1866, o então escrivão de Botucatu, Francisco Antônio Galvão, elevou a região à categoria de distrito daquele município, pela Lei Provincial nº. 06, passando a chamar-se Freguesia do Rio Bonito. O novo nome foi homenagem ao rio de águas límpidas e volumosas, com muitos peixes, que passava pelo vilarejo, hoje Rio do Peixe. Em 21 de abril de 1880, por outra Lei Provincial nº. 75, foi desmembrado do território de Botucatu, elevando à categoria de município, tornando-se independente.

Pela Lei Estadual nº. 1038, de 19 de setembro de 1906, a sede municipal foi elevada à categoria de cidade, com a responsabilidade de administrar o distrito de Pirambóia, incorporado ao novo município, ficando com uma área de 846 km2 e uma população de 12.700 habitantes. Em 21 de janeiro de 1921, na Lei nº. 1828, o município passou a denominar-se Bofete e pertencendo à comarca de Tatuí.

No ano de 1938, pelo Decreto Estadual nº. 9073, na gestão do farmacêutico Francisco Gorga, o distrito de Pirambóia foi desmembrado do município levando consigo uma área de 150 km2, deixando Bofete com 656 km2, a qual mantém atualmente. Em 1940, aconteceu o fenômeno demográfico, o município começou a ter problemas de desmatamento e queimadas para o cultivo da agricultura e pecuária.

Por se tratar de uma região arenosa, as terras perderam a fertilidade devido ao grande desmatamento e constantes queimadas, a agricultura enfraqueceu, ocorrendo um grande êxodo, reduzindo a população pela metade. Pelo Decreto Estadual nº. 14.334, de 30 de novembro de 1944, o município de Bofete foi transferido judicialmente, da comarca de Tatuí, para a comarca de Conchas.

Na década de 60, o município encontrava-se totalmente devastado, a vegetação nativa, grande parte formada por cerrado, foi destruída e substituída pelas lavouras de milho, café, feijão e inclusive extensos arrozais. O município foi um grande produtor de arroz, da década de 50 até o início de 70. O cultivo desse produto chegou a ter influência predominante na economia local, havia várias máquinas na cidade que beneficiava e vendia o produto para a população. Também é importante lembrar que o café teve seu período de ascensão. Com a super-exploração, e o fato do solo da região ser arenoso, não resistiu ao cultivo, começando a sofrer um processo de desagregação.

Para corrigir os problemas geográficos, os proprietários de terras foram orientados a utilizar técnicas naturais a fim de combater as erosões, e iniciaram um novo processo de recuperação do solo. A partir daí chegaram as primeiras sementes de braquiara, que foram semeadas para evitar erosões e ao mesmo tempo servir de alimentação para o rebanho bovino.
Com essa mudança radical, no decorrer dos anos mudou-se o comportamento econômico do município, consolidando-se o rebanho, tornando-se a economia predominante.

Seu nome é em homenagem ao grande morro que fica a seu pé. Por esse morro passava uma estrada que levava ao município de Tatuí, que era ponto de passagem dos sertanistas. No local havia grandes cavernas onde os tropeiros guardavam seus pertences, inclusive mantimentos. Por coincidência, na época havia um tipo de móvel de origem francesa, usado para estocar alimentos, que denominava Buffet. Os sertanistas aportuguesaram para 'bofete', tornando-se popular na comunidade.

Trexos extraídos do site: http://www.bofete.sp.gov.br/

8 comentários:

  1. Sou privilegiado por conhecer o Cel.
    Essa trabalho ajuda a nos conhecermos a historia da nossa Bofete
    Para bens e um grande Abraço
    Islands Vaz .

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    1. Obrigado Islands por lembrar de mim, o grande amigo do Abner, seu augusto pai. Sou bofetense até a raiz do cabelo...
      Abraços Edilberto

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  2. Parabéns pelo trabalho de desenvolvimento do Blog sobre BOFETE. Minha família tem ligação com a cidade. Meu tetravô Jose Joaquim de Moraes Saldanha era dono da Fazenda BOFETE que ficava no antigo distrito de Rio Bonito no século XIX e que atualmente leva o nome de Bofete e que também faz divisa com a cidade de Botucatu. Era casado com Maria Isabel de Oliveira com quem teve diversos filhos e filhas, entre eles Ignez de Oliveira Saldanha, João Baptista de Oliveira Saldanha , Pedro, Barbara, Rita dentro tantos outros filhos. Passou a ocupar o cargo de escrivão de orfãos em Atibaia, mas nunca se esqueceu de suas raízes da região de Bofete. Hoje, seus descendentes vivem em cidades como Itapetiniga, Sorocaba, Tatuí, Bragança Paulista, Atibaia e tantos outros lugares. Um ramo de Bofete que desbravou o Estado de São Paulo por inteiro. Grato pela iniciativa.
    Eric Baccelli

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  3. Eric, fiquei feliz com seu comentário sobre a minha terra e a terra de seus antepassados. Tenho também muitos parentes nas cidades de Sorocaba, Tatuí, Itapetininga, Bragança Paulista e Atibaia..., bela coincidência!
    Possuo propriedade em Bofete e quase todos os meses vou respirar o ar puro, aquela natureza exuberante de minha terra.
    Estarei publicando mais histórias sobre a terra que se chamava Samambaia, Rio Bonito e desde 1921, Bofete.
    Tenho certeza de que você irá gostar.

    Saudações,

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    1. Obrigado! Coincidência mesmo! Percebi também que possui sobrenome de Oliveira como meus antepassados(Maria Isabel de Oliveira, Ignez de Oliveira Saldanha etc).
      Quem sabe até possamos ter algum ramo em comum na família.
      Fico na expectativa das novas leituras sobre a terra de Bofete!

      Saudações, Eric

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  4. Olá, meu nome é Giovanna, sou da família Eburneo, uma das famílias tradicionais da cidade.
    Fiquei muito feliz em encontrar seu blog. Estou me aprofundando sobre a história do município, principalmente sobre as histórias relacionadas às Três Pedras. Estou a procura do livro "Os Bruxos do Morro Maldito e os filhos de Sumé" escrito por Frei Fidellis, já ouviu falar?
    Abraço. Se quiser conversar sobre esse assunto me mande um email gih_eburneo@hotmail.com

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  5. Olá, meu nome é Milton Leite Júnior. Não sou natural de Bofete, mas posso me considerar filho de Bofete. Fui criado em Bofete desde o meu nascimento 1964 até os meus 15 anos de idade 1979, posteriormente passando a residir em Conchas-SP. Meus pais Prof. Milthon Leite e minha mãe Prof. Maria Eunice foram professores na cidade. Meu iniciou em 1963 até 1979. Minha mãe lecionou de 1976 até 1980. Durante alguns anos minha mãe lecionava na escola do Bairro das Três Barras. Para poder ir até a essa escola, era somente a cavalo, e assim foi por varios anos. Bofete me traz boas recordações da infância e juventude. Deixei muitos amigos que desde 1979 nunca mais os encontrei. Saudades daquela época de Bofete.

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  6. Olá. Sou filho do Sr Naerson Miranda. Meu pai o admirava muito pelo seu grande intelecto. Grande abraço

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