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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Cel. Odilon Aquino de Oliveira




Todos sabemos que a antiga Força Pública foi muito guerreira, estando sempre presente em todos os momentos críticos da Nação, em guerras, revoluções, convulsões sociais ou políticas, etc, etc. Citemos as guerras de Canudos, Farrapos, Paraguai, 2ª Guerra Mundial, Revolução de Sorocaba, Protocolos, Armada, Chibata, as de 22, 24, 26, 30 e 32. Não esqueçamos da Greve de 1917 e da Guerrilha contra Lamarca, que revelou nosso herói-mártir Alberto Mendes Jr.

O apogeu do militarismo foi a contratação da Missão Militar Francesa, que deixou a Corporação conhecida como o Pequeno Exército Paulista, com a sua Infantaria, Cavalaria, Aviação Militar e Artilharia em pé de guerra.

Esse aparato marcial também se justificava, devido a conflitos políticos, o Governo Federal ameaçando e intervindo em alguns Estados da Federação. Ameaça a São Paulo se desvaneceu frente à fortaleza da nossa heróica Forca Pública.

Finda a 2ª Guerra Mundial, em 1945, continuou a Força Pública com tropas aquarteladas, a maior parte do tempo, preocupada com os exercícios militares - maneabilidade, construção de trincheiras, manuseio de material bélico em ofensiva ou defensiva, marchas diurnas e noturnas, sobrevivência na selva, golpes de mão de vai e vem, etc, etc -, a grande maioria de oficiais contaminados com a cultura guerreira.

Em boa hora, o cel. Odilon Aquino de Oliveira, na Chefia do Estado Maior, mudou a roupagem da querida Força Pública em 1947 tornando-a guerrilheira em vez de guerreira, para o enfrentamento aos conflitos urbanos e no campo. Criou as Companhias de Trânsito, de Policiamento, de Choque, os alicerces dos Batalhões da capital e do interior, não esquecendo do Regimento de Cavalaria, não mais dando a carga aos inimigos, e sim, ao passo, ao trote ou a galope a serviço da segurança da sociedade paulista.

O Cel. Odilon enfrentou campanhas surdas, carreando para si muitos "inimigos guerreiros", mas... o tempo passou, a cultura mudou e hoje temos 100 mil homens integrados para a defesa e segurança do Estado e de seu povo. No entanto continuou obediente ao Governo Federal, como Reserva do Exército Brasileiro, sentinela da Pátria.

Cel. Odilon Aquino de Oliveira, o senhor foi o divisor de águas. Na década de 40 tentou, no governo de Adhemar de Barros, a fusão com a Guarda Civil. Não conseguiu, mas a semente lançada criou raízes e a planta desabrochou, em abril de 1970, unindo as duas Corporações.

O Cel. Odilon Aquino de Oliveira foi aluno da Missão Militar Francesa, foi herói de tantas Revoluções, agigantando-se na Revolução Constitucionalista de 32, enfrentando Getúlio Vargas nas trincheiras.

Escreveu com o cel. Heliodoro Tenório da Rocha Marques o livro: "São Paulo contra a Ditadura", o que lhes valeu a expulsão das fileiras da tropa Bandeirante. Anos mais tarde, obtiveram na Justiça o retorno à querida Força Pública. Odilon terminou a carreira nas altas funções de Juiz e Presidente do Tribunal de Justiça Militar.

3 comentários:

  1. Obrigada por lembrar.

    Sou sua sobrinha neta e sempre estivemos em volta de sua história.

    Um abraço afetuoso.

    Christiane

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  2. Ele é meu Tio, é o meu herói, meu pai o amava demais

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  3. Fiquei surpresa ao localizar esta homenagem ao Sr Cel Odilon, e meu pai - sr João, prestou servicos a ele por 15 anos, eu era pequenina, meu pai tinha muito orgulho de trabalhar para um homem íntegro, humano, honesto. Foi ele quem me presenteou com a primeira boneca com cabelos. Um dia ele me contou que tinha feito uma viagem à França e eu disse que gostaria muito de conhecer a França, ele olhou para mim e disse " menina você um dia ainda vai conhecer a França, você é muito ambiciosa e seu sonho irá realizar-se". Sim, eu hoje conheço a França, sou advogada e agradeço à este homem a oportunidade de trabalho que deu à meu pai. E posso dizer " obrigada, é um prazer enorme dizer que o conhecemos e fizemos parte da sua história e o Sr fez toda diferença em nossas vidas, obrigada Sr Cel Odilon!"

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