Boa leitura!

sábado, 14 de julho de 2012

Adhemar de Barros

Em 1938, o Dr. Adhemar de Barros foi nomeado Interventor Federal, em São Paulo (26-04-38 a 05-07-41), por Getúlio Vargas. Inteligente e operoso, viajava sempre pelo interior do estado, como dizia: "Ver minha gente, prosear ao pé do fogo, sentir a alma do povo, enfim tomar conhecimentos dos problemas de cada município, trocar ideias com os líderes políticos, pois seu objetivo era firmar-se na carreira política.
Populista por excelência foi prefeito da capital paulista, elegendo-se por duas vezes, governador do estado (14-03-47 a 31-01-51 e 31-01-63 a 02-07-66).
Seu populismo cresceu, era admirado no Brasil inteiro e seria forte candidato, em 1950, à Presidência da República, não fosse uma barganha política, com outro populista, Getúlio Vargas, exilado em São Borja, no RS, trazido ao Catete, com apoio adhemarista e nos braços do povo.
Voltemos ao ano de 1938, quando uma comitiva chegou a uma pequena cidade, Campo Largo de Sorocaba, hoje Araçoiaba da Serra, terra natal do Cel. Pedro Dias de Campos - "monstro sagrado" da história bandeirante.
Na comitiva, o Interventor Adhemar de Barros, secretários de seu governo e muito políticos. Assustados, os habitantes acorreram ao Largo da Matriz, onde lá já estavam o prefeito e os notáveis da cidade, pressurosos em recepcionarem tão importantes autoridades.
Adhemar tinha sempre a tiracolo um informante, espécie de ventríloquo, que lhe falava discretamente o nome e a função de cada cidadão que se aproximasse. Um destes, cinquentão, nascido lá pelas bandas do Rio Bonito, acercando-se, tirou o chapéu, em reverência, quando ouviu uma voz impostada, fanhosa e eloquente:

- Raul de Oliveira Melo, meu caro coletor estadual, dá cá uma abraço!

Nesse instante, Raul, meu augusto e saudoso pai, foi flechado, se tornando fanático pelo grande político. Em todas as disputas eleitorais, papai era sempre o seu intrépido cabo eleitoral. Os anos se passam e, na vertiginosa luta política do grande paulista, ele se engalanava na vitória e sofria nas derrotas.
Em 1958, adoeceu gravemente, mas não esquecia de seu grande ídolo, acompanhando diariamente seus lances políticos. Foi estarrecedor para mim ouvir do médico: "Seu pai tem apenas quinze dias de vida"...
Pensei comigo: Vou lhe dar uma alegria. Fui à prefeitura, na época no Ibirapuera, historiei ao Dr. Adhemar, os vinte anos do seu fiel e fanático eleitor, solicitando se possível uma visita a papai.
Adhemar atendeu ao meu pedido e no trajeto para casa lembrou de Campo Largo, em 38, se desculpando da visita rápida, pois tinha mais compromissos.
O reencontro foi magistral! À entrada do quarto, ouviu-se aquela voz alegre e forte do prefeito:
- Raul de Oliveira Melo dá cá uma abraço, como vai de saúde? Como vai Bofete, a terra do petróleo?
Adhemar esqueceu dos compromissos, conversaram por mais de uma hora. Papai resplandecia de felicidade.
É possível que, em algum lugar da Eternidade, numa conversa ao pé do fogo, estejam Adhemar e seus amigos, sendo absolutamente certo a presença de meu saudoso pai.
Obrigado Adhemar.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

ITAPETININGA


          Estivemos, no começo de junho, em Itapetininga, a terra de Julio e Fernando Prestes, a Atenas do sul paulista, para assistirmos ao lançamento do livro ITAPETININGA, HERÓIS FEITOS E INSTITUIÇÕES, de autoria de vários e ilustres escritores da encantadora cidade.

                 Vamos nomeá-los:

                   Jefferson Biajone – Descorreu, com sua maestria, sobre Francisco Fabiano Alves, o herói de tantas revoluções; descorreu também sobre Durvalino de Toledo, o cabo blindado de 32; sobre Juliana Fabiano Alves, aguerrida enfermeira constitucionalista. Não esqueceu Biajone das Instituições  DER, a casa de bravos, do tiro de guerra 02-076, Escola de Civismo e Cidadania, da Guarda Municipal, Tradição e Segurança e do Núcleo de Correspondência Paulista-Itapetininga! "As Armas”, que lembra o roteiro de brasilidade de São Paulo na memorável Revoluçaõ Constitucionalista de 1932. Deu ênfase ao sobrado n.º 12 da Rua General Carneiro e dos Batalhões da antiga Força Pública, sentinelas da Ordem e da Lei.

            Dirceu de Campos – Enalteceu a figura de Victorio Nalesso, o jovem da Chapadinha, combatente na Itália, sofrendo os rigores do inverno, participando de sangrentos combates, como o de Monte Castelo e na conquista de Montese, elevando o nome do Brasil no concerto das Nações livres. “Será que eu voltarei”? Era o seu pensamento,  em meio ao gelo e lama do inferno da guerra, que voava para Itapetininga e o seu bairro, onde tinha aquela comida quente, o cafezinho na hora, vendo o pai, a mãe, os irmãos, as vacas e os seus cachorros...”


                  Edmundo José Vasques Nogueira – Comoventes são os escritos de Edmundo, discorrendo sobre a vida de seu pai, o paladino da verdade, o empresário vitorioso,  eminente jornalista, homem eclético, o cristão semeador de ideais nobres, que deram frutos abençoados por Deus. Edmundo não esqueceu de Joaquim Passos Nogueira, que pegou pela mão seu filho tímido e, enfrentando o “Estadão” e a figura ímpar de Júlio Mesquita Filho, aí começando a brilhante carreira de jornalista daquele menino pobre de Pirapitinguí. Seu livro “Heroismo Desconhecido” sobre a Revolução de 1924 foi “Best Seller” na terra de Venâncio Aires.


                 Afranio Franco de Oliveira Mello – Meu primo e meu amigo, você mexeu com o coração da gente. Sublimou a devoção a Antenor, seu augusto pai, herói nos combates do Rio das Almas, ferido em combate defendendo São Paulo. Seus escritos, meu caro primo, nos conta as múltiplas funções de Antenor, não esquecendo de Euvaldo de Oliveira Mello, meu saudoso irmão que, em 32, ajudou a defender São Paulo nos entreveros de Cunha e São Luis do Paraitinga. Emoção maior foi o encontro de Antenor com a filha do meu inesquecível Tio Sinhô, a Amélia, carinhosa mãe de Agnaldo, de Anita e Afranio, meus queridos primos.


                 Parabéns a vocês jovens escritores. Parabéns a Itapetininga, a terra dos nossos  sonhos.