O dia 31 de março de 1964 marcou a data da Revolução Redentora, na qual o povo ordeiro do Brasil, em comunhão com as Forças Armadas, depôs o Chefe da Nação Dr. João Goulart.
João Goulart, homem de esquerda, quando Ministro de Trabalho do Governo Getúlio Vargas, já havia demonstrado suas tendências ideológicas, incentivando e mesmo promovendo agitações sucessivas e freqüentes nos meios sindicais, com ampla infiltração no organismo daquele Ministério, até em pontos chaves de sua administração, de ativos e conhecidos agentes de comunismo internacional, além de incontáveis elementos esquerdistas, que desejavam a sovietização do Brasil.
Nosso país, com o beneplácito do Presidente Goulart, enveredava por caminhos tortuosos, para a implantação de uma ideologia, despida do caráter democrático e da moral cristã, apanágios do povo brasileiro.
A grande advertência desse perigo foi MARCHA DA FAMÍLIA COM DEUS PELA LIBERDADE, realizada em São Paulo, despertando a Nação que, com presteza, se uniu em torno dos mais caros e profundos sentimentos, conseguindo com as Forças Armadas a deposição do Presidente.
Revigorado o poder do Congresso, assumiu a Presidência da Nação o General Humberto Alencar Castelo Branco, que pôs ordem no País, fazendo retornar os rumos democráticos e o roteiro do seu grande destino no concerto das demais nações do mundo.
Os homens de esquerda reagiram e várias organizações subversivas surgiram, lutando na clandestinidade contra os militares no Governo, recrudescendo a luta,1 com a decretação “Ato Institucional n.º 5” – AI5.
No final do ano de 1969, a organização comunista-revolucionária Vanguarda Popular Revolucionária, a VPR , chefiada por Carlos Lamarca, estabeleceu um foco guerrilheiro na região do Vale do Ribeira, então inóspita e coberta por extensa floresta. Ali os guerrilheiros estabeleceram bases de treinamento que serviriam para formar novos guerrilheiros, destinados à luta armada para mudança do regime no país.
O governo federal, ao ter informações sobre a existência do foco, concentrou tropas na região para capturar os guerrilheiros e restabelecer a ordem pública. As operações legais tiveram início em 22 de abril de 1970, sob comando do Exército Brasileiro. Desde o primeiro momento o efetivo da 7.ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), sediada em Registro, integrou o dispositivo militar, colaborando nas ações para supressão do foco guerrilheiro, em exaustiva atividade de patrulhas na floresta e controle nas estradas e localidades. Comandava esta companhia da Polícia Militar o Capitão PM Francisco Expedito de Oliveira e Silva.
A campanha se afigurava dificílima pela natureza e extensão do terreno, vindo se somar às forças legais um destacamento da Aeronáutica, fornecendo suporte aéreo com esquadrilhas de aviões e helicópteros. A Marinha integrou o dispositivo com tropas de fuzileiros navais patrulhando os rios da região.
O reforço da Polícia Militar veio com um pelotão do 6.º Batalhão Policial e, pouco depois, com mais 5 oficiais e 80 praças do 1.º Batalhão Policial Tobias de Aguiar, os quais passaram a compor o Grupamento Policial Militar da Operação (GPMOR), sob comando do Major PM José Fragoso. O número total de tropas militares chegou a cerca de 1.500 homens de todas as forças.
No início de maio, a Operação foi suspensa, iniciando-se a desmobilização do dispositivo legal. No dia 8 o 3.º Sargento PM Antonio Martins, comandante do Destacamento PM de Eldorado, finalmente conseguiu localizar o grupo central dos guerrilheiros em trânsito pela cidade. Ao tentar capturá-los os policiais militares foram recebidos a tiros, travando-se combate que resultou em ferimentos em 3 praças e 1 guerrilheiro, os demais escaparam para Sete Barras.
O Comandante da 7.ª CIPM lançou de imediato para Sete Barras um pelotão misto composto de elementos da 7.ª CIPM e 1.º BP, num total de 25 praças, sob comando do 2.º Tenente PM Alberto Mendes Júnior e 2.º Tenente PM José Correia Neto. Esta tropa, em deslocamento motorizado, caiu em emboscada armada pelos guerrilheiros que, armados com fuzis automáticos furtados do Exército, tinham forte superioridade bélica sobre a tropa da Polícia Militar, armada de revólveres e fuzis de repetição. Neste segundo combate ficaram feridos 15 policiais militares.
Com grande número de feridos, a tropa da Polícia Militar já não tinha mais condição de prosseguir no combate. Superada a resistência, os guerrilheiros parlamentaram, permitindo o socorro dos feridos, desde que os demais policiais militares permanecessem como prisioneiros. Neste momento o Tenente Mendes Júnior adiantou-se e, oferecendo-se pelos seus homens, conseguiu a libertação de todo o efetivo capturado, permanecendo como refém dos guerrilheiros.
Graças ao oferecimento heróico de Mendes Júnior todos os policiais militares foram liberados e conduzidos ao hospital de Registro, o que salvou várias vidas.
Em São Paulo, ainda na noite do dia 8, o comando da Polícia Militar mobilizou mais uma Companhia do 1.º BP que na manhã seguinte seguiu para Registro, reforçando o GPMOR, agora sob comando do Major PM Roberto Salgado, com a missão de libertar o Tenente Mendes Júnior. Esta Unidade chegou a contar com mais de 150 policiais militares, com apoio de saúde, logística e transporte.
Com o cerco das forças legais aproximando-se, os guerrilheiros, temendo suas capturas, decidiram livrar-se do Tenente Mendes Júnior que mantinham como refém. Mendes Júnior, após passar dois dias sem alimentação e obrigado a carregar os materiais dos seus captores mata adentro, já exausto, foi friamente assassinado a golpes de coronhadas de fuzil na cabeça pelos guerrilheiros, que abandonaram seu corpo desfigurado na floresta, completando o seu martírio. Mendes Júnior recebeu a morte mais cruel, para que seus comandados pudessem viver.
Posteriormente a guerrilha foi suprimida, mas o sacrifício e o martírio de Mendes Júnior serviram como símbolo da dedicação e abnegação do oficial, mobilizando a sociedade contra a barbárie da guerrilha.
Como vimos, deposto Jango Goulart em 31 de março 1964 assumiu a presidência da República o General Castelo Branco (1964/67), que pôs ordem na Casa. Seguem as presidências do General Costa e Silva (1967/69), Garrastazu Médici (1969/74), Ernesto Geisel (1974/79) e João Batista Figueiredo (1979/85).
Nesses 21 anos houve fecundas realizações, como a ponte Rio-Niterói, a Hidrelétrica do Itaipú, o desbravamento da Amazônia que evitou a cobiça de outras Nações que almejavam a sua internacionalização. Houve o período do Milagre Brasileiro, quando a nossa balança comercial superou todos os recordes. Perdoe-me General Costa e Silva, o senhor não devia ter fechado o Parlamento Brasileiro em 1968.
Ao findar o governo do General Figueiredo, foi editada a LEI DA ANISTIA, bem estruturada, no sentido de evitar possíveis e futuras reações, jogando novamente irmãos contra irmãos.
Durante muitos anos as nossas Forças Armadas comemoravam o dia 31 de março, a Revolução Redentora, como sendo um marco glorioso que elas, atentas às aspirações soberanas da sociedade brasileira, deram à nossa Pátria o rumo da Democracia, derrotando as forças do mal, tendentes a implantar o comunismo em nossa terra. Essas comemorações, infelizmente foram suspensas...
Passam os tempos, eis que a Presidenta Dilma Roussef nomeia a Comissão da Verdade, desobedecendo a Lei da Anistia do Presidente Figueiredo. O relatório dessa comissão enfatiza somente a parte que lhe interessa desconhecendo as barbaridades praticadas pelos Revolucionários da época, conhecidos como os Terroristas.
Um dos absurdos dessa Comissão é propor, ao nosso Poder Legislativo, a extinção ou desmilitarização das Polícias Militares do Brasil.
Oportuno é o artigo do Coronel Veterano Ricardo Jacob, na revista Clarinadas da Tabatinguera, que autorizou reproduzi-lo em nosso blog: ei-lo.