Nosso
amigo, o Ten. Bergamin é um curioso da
História da nossa Corporação.
Vasculhando nossas
bibliotecas, encontrou um exemplar da
coleção MILÍTIA, editado em 1950, do
qual extraiu o artigo que transcrevemos
em nosso jornal "Clarinadas da
Tabatinguera”.
O Filho da Marabá
Pertenceu, outrora, ao Regimento de
Cavalaria, uma linda égua alazã, que se distinguia pela pureza do sangue e pela
harmonia de suas linhas. No gênero era um animal de linhas perfeitas. “Marabá”
era o seu nome.
Incluída
no efetivo do Regimento, foi destinada, de início, à seção de hipismo. Dada sua
origem e seus predicados, seria, forçosamente, excelente animal de salto. E o
era de fato. Tinha facilidade em transpor os mais difíceis obstáculos. Mas, não
era animal de concurso. Geralmente, quando chamada a pôr à prova suas
habilidade, falhava. E não houve cavaleiro do Regimento, por mais capaz,
inclusive o próprio Comandante, que conseguisse, perante público numeroso ou
não, concluir um percurso de obstáculos montado no caprichoso animal.
À vista
disso, foi destinada à reprodução. Não queria, porém, o Comandante, cruzá-la
com qualquer reprodutor. Achava, que o cruzamento da nossa “heroína” com um
cavalo de escól, daria um produto bom. Poderia esse reunir boas qualidades dos
dois, sem os caprichos da mãe. Entrou em ligação aqui e ali e, finalmente, o
Chefe do Serviço de Indústria Animal do Estado informou-lhe haver descoberto o
que lhe convinha; encontrava-se ali um puro sangue que estava a calhar. O
Comandante exultou. Para não perder a oportunidade enviou àquele Serviço,
juntamente com a nossa Marabá, mais seis éguas anônimas.
Passados
15 dias retornaram os animais e, enquanto as suas companheiras foram soltas no
pasto, sem mais formalidades, para “Marabá”, começou uma vida a parte. Foi-lhe
destinado um alojamento amplo e arejado, cuja cama era trocada duas vezes por
dia. Teve alimentação especial. Deram-lhe tratador próprio que, diariamente,
levava-a para um passeio higiênico. Às
vezes era solta num pequeno pasto só dela. Tudo sob as vistas do chefe
do Serviço de Veterinária.
E o tempo
foi passando...
O
Comandante do Regimento chegava a sonhar com o filho da “Marabá”. Certo dia
confessou que no sonho da noite anterior havia vencido uma prova, montando-a
E o prazo
da “délivrance” aproximava-se... Finalmente chegou o grande dia. O Comandante
despachava o expediente, quando o veterinário telefonou-lhe dando a grande
notícia. Disse mais qualquer coisa que não foi ouvida pelo Chefe que,
sofregamente, tomou o automóvel, dirigindo-se à Invernada do Barro Branco, mas,
ao defrontar-se com a feliz parturiente, que, toda satisfeita lambia o rebento,
quase teve uma síncope... o filho da “Marabá” era... um burro.
O Balancete
Por falar em Cavalaria, o Ten.
Possidônio, outro amigo, residente em Uberaba, escreveu-me, contando uma
estória ocorrida no Regimento, na segunda metade do século passado, envolvendo
o Comandante, o Tesoureiro e Ele.
O
Comandante – o saudoso Cel. Félix de Barros Morgado.
O
Tesoureiro – o Cel. Horácio Bozon (na época 1.º Tenente).
Ele
– Auxiliar da tesouraria – o Ten. Possidônio, então 2.º Sargento.
Cumprindo
o Regulamento de Administração, todos os meses, as Unidades da Corporação
reuniam os seus Conselhos, para o Balancete. Faziam parte desses Conselhos o
Comandante, o Subcomandante, o Cap. Vogal, o Tesoureiro e o Secretário (hoje em
dia o FEPOM controla todas as receitas e despesas das OPMs).
Na
preparação de uma dessas reuniões, Possidônio estava preocupado, porque o
tesoureiro não chegava para montar o balancete, isto é reunir todas as receitas
e despesas do Regimento, para o estudo do Colendo Conselho.
Na hora
aprazada, adentraram à Tesouraria, para a reunião, todos os membros do
Conselho, menos o Tesoureiro que, apaixonado pela equitação e Hipismo, estava
no picadeiro aberto, exercitando os seus alazões.
O
Comandante, Cel. Morgado, assomando à sacada, à cavaleiro do pátio interno
(picadeiro), avistando o Ten. Bozon, indagou em voz alta, voz de tenor (de fato
o era):
- Ten. Bozon, você já montou o
Balancete?
- Sr. Comandante, esse cavalo
eu não conheço!, respondeu Bozon.
LEREI TUDO. DESCOBRI AGORA. SOU ANNIE MORGADO.NETA DO CEL FELIX DE BARROS MORGADO!!!
ResponderExcluirQuerida Annie fico feliz com sua mensagem. Fui muito amigo de seu avô o saudoso Cel. Felix Morgado.
ResponderExcluirVocê deve ter muito orgulho dele. Ele era um exímio cavaleiro e cavalheiro. Fui muito amigo de seu bisavô, o Cel. Negrão, o herói do Jahu. No livro Asas e Glórias de São Paulo (Você tem esse livro)? Contei toda a história do Hidroaviao Jahu, desde Gênova na Itália até a amerissagem na represa de Santo Amaro.
A respeito do Balancete, o Ten. Bozon muito amigo de seu avô Morgado era muito espirituoso e repentista. Também conheci seus tios e a sua tia Lurdes.
Recomendação a todos e a você um abraço do Cel. Edilberto.