A Missão Militar Francesa esteve como instrutora da Força Pública em 2 etapas:
Primeira Missão:
* De 1906 a 1913 – Comando do Coronel Paul Balagny
* De 1913 a 1014 – Comando do Coronel Antoine François Nérel
Segunda Missão:
*De 1919 – 1924 – Comando do General Antoine Françis Nérel
A interrupção de 1914 a 1918 deveu-se à Primeira Grande Guerra Mundial, quando todos os Oficiais da Primeira Missão rumaram a França, para lutarem pela Pátria contra o inimigo alemão.
Em 1924, o contrato com o Governo Estadual de São Paulo, estava cumprido. O General Nérel e seus comandados retornaram definitivamente a França, menos o Capitão Sttat Muller, que adotou o Brasil como Pátria, São Paulo como seu lar e o Regimento 9 de Julho como tenda de trabalha e altar de sua alma. Repousa eternamente do Cemitério do Redentor nesta Capital.
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Nossa Corporação, mais que sesquicentenária, teve a partir do século XIX, um progresso notável, tanto na parte material como na quantidade e qualidade de seus efetivos.
A Missão Militar Francesa, como vimos, aperfeiçoou consideravelmente esse desenvolvimento, fazendo com que o renome da Polícia Militar ultrapassasse as nossas fronteiras o que muito nos orgulhou e ainda nos orgulha.
Em conseqüência em diversas ocasiões, a Tropa de Tobias de Aguiar foi requisitada para ajudar outros Estados da Federal, na formação profissional de seus efetivos.
Eram Missões Paulistas levando para nossos irmãos de Corporações Estaduais, os ensinamentos, tanto de guerra como de segurança pública. Assim tivemos na chefia dessas missões os seguintes Oficiais:
*1925 – Capitão Azarias Silva na PM. do Estado de Minas Gerais (Cavalaria);
*1928 – Capitão Benedito de Castro Oliveira na PM. Do Espírito Santo (Instrução Geral);
*1934 – Capitão Cícero Bueno Brandão na PM do Estado de Goiás (Instrução Geral);
*1941 – Capitão José Canavó Filho na PM do Estado do Paraná (Cavalaria);
*1944 – 1.º Tenente Adauto Fernandes de Andrade na Guarda Militar do território de Ponta Porã (Instrução Geral);
*1948 – Capitão Adauto Fernandes de Andrade na PM do Estado de Santa Catarina (Esgrima);
*1961 – Capitão Calio de Campos Montes na PM do Estado de Goiás (tropa de Choque).
Tivemos ainda mais recentemente os Capitães Sergio Vilela Monteiro, Fernando Thielle de Figueiredo e Othon Fernandes de Oliveira e Silva levando, em estágios objetivos para alguns Estados, seus conhecimento de Educação Física e Psicologia aplicada a seleção de Policiais (Exame Psicotécnico). Vários Oficiais de outros Estados vieram estudar o nosso Grupamento Aéreo para implantação em suas Unidades. Idem quanto à Polícia Feminina.
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Nosso Regimento 9 de Julho sempre carreou para o Hipismo Bandeirante grandes conquistas em campeonatos Estaduais, Nacionais e Sul-americanos.
Julio Marcondes Salgado, Miguel Costa, Otaviano Gonçalves da Silveira, Arlindo de Oliveira, Luiz Concistré e outros grandes ases do passado ajudaram a Polícia Militar de São Paulo a firmar o alto conceito no nobre esporte.
Num passado é justo que ressaltemos o Coronel Silvio Marcondes Resende, portador de mais de 500 taças e bronzes, proclamado pela “A Gazeta” o maior hipista do ano.
Participou o Coronel Silvio dos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, e durante muitos anos foi campeão brasileiro de Adestramento, sagrando-se também campeão Sul-americano em memorável torneio com os grandes cavaleiros da Argentina, Uruguai, Chile e Brasil.
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Em 1865 o Paraguai invadiu as fronteiras no nosso País. A notícia chegou aos quartéis da Milícia Bandeirante, causando aos nossos efetivos uma incontida indignação, pois queriam desagravar a honra e dignidade da nossa Terra.
Comandavam então a nossa Corporação (hoje a nossa PM.) o Tenente Coronel José Maria Gavião Peixoto que, interpretando a vontade de toda a Tropa, endereçou ao Presidente da Província um ofício do seguinte teor:
Ilmo.º Exm.º Sr. Conselheiro João Crispiniano Soares.
Digm.º Presidente da Província.
Deus guarde a V. Ex.ª
Não sendo até o presente satisfatórias as notícias que se tem visto, a respeito da guerra do Rio da Prata para com a Brasil, eu, a oficialidade e mais praças do Corpo, a V. Ex.ª nos apresentamos, oferecendo nossos serviços para o Campo de Batalha, desejando que V. Ex.ª faça ver ao Governo Imperial este nosso desejo.
A força atual do Corpo é de 278 praças, faltando para o completo 122 e seja-me lícito então pedir a V. Ex.ª o aumento do efetivo, armamento, correame e mais objetos precisos, visto que o existente acha-se em mau estado e do antigo padrão, de sorte que nada podem servir.
a) José Maria Gavião Peixoto
Tenente Coronel Comandante
Em resposta, o Conselheiro Crispiniano comunicou ao Comandante haver, imediatamente, levado ao conhecimento do Governo de Sua Majestade, o Imperador, o desejo e o oferecimento do Comandante e seus subordinados, e em seguida que, pelo Ministério da Justiça, tinha sido declarado em Aviso de 19 do mesmo mês, ter sido aceito o oferecimento, recomendando o Governo Imperial para que o Corpo de Permanente estivesse pronto para receber as ordens a respeito.
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Fim da Retirada da Laguna, o Alferes dos Permanentes João Luis do Prado foi destacado para companheiro de Visconde de Taunay, no porte da valiosa correspondência das operações, que se destinava à Corte. Inseparáveis, perfizeram, com mais 3 soldados, o estirado percurso de Aquidauana a São Paulo, vivendo as mesmas peripécias de viagens, gozando as mesmas aventuras através das quais, o Visconde colheu, nos inúmeros pousos dos caminhos, dados, tipos e inspirações para outro grande livro da literatura brasileira, “Inocência”.
“Separei-me do Alferes João Luis do Prado Mineiro na cidade de São Paulo há mais de 25 anos. Não tornei a vê-lo. Guardo porém das suas feições atraentes, mas frias e ensombradas de certa tristura, nos modos reservados e respeitosos, da - convivência discreta e afetuosa, sem expansões, nem intimidades, boa e grata recordação” (Memórias”, do Visconde de Taunay).
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O primeiro Comandante Geral, oriundo das nossas próprias fileiras, foi o Tenente Coronel Guilherme José do Nascimento, também o primeiro no Regime Republicano, nomeado a 13 de dezembro de 1889.
Substituiu o Tenente Coronel do Exército Henrique Cândido de Araújo Macedo – último do Império – o qual, também podemos afirmar ter sido oriundo no antigo Corpo Policial Permanente, onde havia assentado praça em 1865, por ocasião da Guerra do Paraguai.
Marchou Araújo Macedo para Mato Grosso, onde sofreu todas as calamidades que acompanharam aquela triste expedição, que culminaria no martirológio da Retirada da Laguna.
Regressando a esta capital, depois de restabelecida sua saúde, seguiu para a Campanha do Sul onde, por ato de bravura em território paraguaio, foi promovido a Alferes e depois a Tenente.
Nesse posto foi transferido para o Exército Nacional, por Decreto de 2 de fevereiro de 1870.
Araújo Macedo continuou a carreira e quando servia num dos Corpos de Linha no Rio Grande do Sul, em 1877, foi transferido para São Paulo, a pedido do Conde de Parnaíba, Presidente da Província. Promovido a Capitão, foi comissionado no posto de Tenente Coronel para comandar a Milícia Bandeirante.
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