Boa leitura!

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

RESPOSTAS AO JORNALISTA YURI - NETO DO GENERAL MIGUEL COSTA

 1 - CONTE UM POUCO DA SUA VIDA. SEUS ANTECESSORES. ONDE MORAVAM
      E O QUE FAZIAM?

           Nasci a 30 de dezembro de 1920 na pequena cidade de Bofete, situada na média sorocabana, nos contrafortes da serra de Botucatu. Ela é um santuário ecológico, conhecida como a Terra do Gigante que dorme (um conjunto de serras e vales dão o contorno de um Bandeirante Adormecido; é um lindo capricho da natureza).
            Bofete também é citada por Monteiro Lobato como a Terra do Petróleo, onde foi aberto, em 1894, o primeiro poço na América Latina. Seu nome é um galicismo, derivado de buffet, um armário repleto de comida; na época era chique os mascates falarem “vamos baixar o buffet na margem daquele rio piscoso”. É o Rio do Peixe que banha minha terra, minha doce terra. Eles levavam, em seus carroções, baús e canastras, uma infinidade de mercadorias, objetos e coisas carentes no vasto interior de São Paulo, como sal, açúcar, tecidos, linhas, botões, agulhas, carreteis, espelhos, pó de arroz, água de cheiro, pólvora, espingardas, garruchas, armas brancas, arreios, rédeas e freios, material de pesca, sementes para plantações, etc. etc., para a venda ou trocas. Levavam também jornais e notícias da Capital da Província e da Corte Imperial. Eram os Bandeirantes da época.
           Português de nascimento, é difícil explicar como JOAQUIM DE OLIVEIRA E SILVA surgiu na Vila Samambaia (foi o primeiro nome, o segundo foi Rio Bonito e Bofete a partir de 1923),na segunda década do século 19, vencendo as intempéries, transpondo rios e florestas virgens, enfrentando onças, jaguatiricas, gatos e cachorros do mato, cobras venenosas e o íncola selvagem.
           Talvez o aventureiro, satisfeita a curiosidade, demandaria a outras plagas mas alguém atravessou o seu caminho, uma morena bonita que flechou o coração do lusitano.  DEOLINDA  PAES  o seu nome. Ela é a minha bisavó e Joaquim de Oliveira e Silva meu bisavô. Casaram e ganharam umas terras, uma sesmaria do Imperador.
           Tiveram doze filhos, seis mulheres e seis homens. Um deles foi PEDRO DE OLIVEIRA E SILVA que se tornou fazendeiro, casando com AMÉLIA PEREIRA DE MELLO, que são os meus avós paternos; tiveram cinco filhos – OLIVERIO, JONAS, RAUL, ANTENOR E HOMERO. O terceiro filho Raul, meu amado e saudoso pai, lavrador na fazenda Ponte Alta. Na segunda década do século XX foi nomeado Coletor Estadual de Bofete (na época Rio Bonito).
            Uma morena também atravessou o seu caminho, flechando o seu coração. Professora da Escola Normal de Itapetininga, formada em 1909, FRANCISCA JENI, minha amada e saudosa mãe, oriunda dos Meiras, tradicional família da terra, foi nomeada para o Grupo Escolar de Bofete.
           Nessa terra, Francisca Jeni encontrou sua alma gêmea, o guapo moreno Raul, o seu grande destino. Dona Francisca, como era chamada, foi minha primeira professora, também dos meus irmãos e durante mais de 30 anos alfabetizou inúmeras gerações. Nove filhos resultaram desse amor,sendo eu o quinto rebento, vindo mais quatro depois. Somos agora cinco, porque EUVALDO, ENEIDA, ELLY E MARIA APARECIDA – saudosos e queridos irmãos -  já transpuseram o Portal da Eternidade e habitam a Casa do Pai.


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