6 – POR QUE ESCREVEU LIVROS SOBRE A CORPORAÇÃO POLICIAL E
SEUS PERSONAGENS?
Na direção do Museu Militar em fins do século XX, no limiar do Terceiro Milênio, rodeado de relíquias históricas, quadros, pinturas de quartéis antigos, jornais amarelecidos pelo tempo, velhos retratos de ícones de tantas revoluções e guerras, diálogos com velhos intelectuais da época, antigos Comandantes, etc..., parece que detonou em minha memória algo como o estalo do padre Vieira. Resolvi então escrever o meu primeiro livro, escrito em parceria com Coronel Canavó, cavalariano de alta equitação:
Asas e Glórias de São Paulo
Esse livro retrata toda a saga da Corporação, revelando a Aviação Militar da Força Pública desde o seu nascimento em 1913 até setembro 1932, quando fomos derrotados no governo do ditador Getúlio Vargas.
O Salto na Amazônia
· A tragédia do Avião “Presidente” da Pan American Airways e o trabalho hercúlio dos nossos paraquedistas:
· O Brasão da Polícia Militar de São Paulo, onde brilham, no Escudo, 18 Estrelas que representam a história da tropa de Piratininga;
· A tranqüilidade da Terra Bandeirante, abordando os primórdios da Corporação desde as Ordenanças e também a luta contra o banditismo e depois contra o terrorismo;
· A Canção da Polícia Militar, os versos de Guilherme de Almeida e música do Major Degobbi. Somente uma estrofe do Hino conta grande parte da nossa história: Missão cumprida em Campo das Palmas – Laguna e heroísmo na Retirada – Glória em Canudos e de Almas e Armas – ao nosso Julho da Clarinada;
· Os três Generais da Polícia Militar, Francisco Alves do Nascimento Pinto, herói da Guerra do Paraguai, Miguel Costa, o Comandante da Divisão Revolucionária de 1924/1927, realizando a maior marcha militar do Planeta e o General Julio Marcondes Salgado, Comandante Geral da Força Pública, o herói mártir da Revolução Constitucionalista de 1932;
· A tragédia da Ilha Anchieta, a trágica fuga dos prisioneiros e uma dezena de mortos do 5.º Batalhão de Taubaté;
· Missão Militar Francesa focalizando a tragédia no Quartel da Luz. As duas missões tornaram a nossa Força Pública como Pequeno Exército Paulista.
Entre os Capítulos, a inserção de muitas curiosidades, muitas histórias da saga da Tropa Bandeirante.
Marcos Históricos da Polícia Militar
Como já vimos, extintas as Ordenanças, foi criada a 15 de dezembro de 1831 a Guarda Municipal Permanente, pelo Presidente da Província, o Coronel de Milícia Rafael Tobias de Aguiar.
· A Guarda Municipal Permanente é pois, o primeiro Marco Histórico da Corporação, a primeira estrela que enfeita o Escudo do Brasão do Polícia Militar;
· Guerra dos Farrapos (1835-1845);
· Campos das Palmas (1839);
· Revolução Liberal de Sorocaba (1842);
· Guerra do Paraguai (1865-1870);
· Revolta da Armada e Revolução Federalista (1893);
· Guerra dos Protocolos (1896);
· Guerra de Canudos (1897);
· Revolta do Marinheiro João Cândido (1910);
· Greve Operária de São Paulo (1917);
· Os 18 do Forte de Copacabana e a Sedição de Mato Grosso (1922);
· Revolução de São Paulo e Campanha do Sul (1924-1925);
· Campanhas do Nordeste e Goiás (1926);
· Revolução Outubrista de Getúlio Vargas (1930);
· Revolução Constitucionalista de 32 (1932);
· Movimentos Extremistas (1935-1938);
· Segunda Grande Guerra Mundial (1942-1945);
· Revolução de Março (1964).
Raízes do Militarismo Paulista
Lançado em 1982, este livro teve uma edição muito pequena que se esgotou em pouco tempo. Mais tarde, em 2012, na confecção do novo livro “Pró Brasília Fiant Eximia”, aproveitamos muitos capítulos de Raízes, para engrandecer a nova obra.
Os capítulos nos contam a história da nossa Pátria, desde as Capitanias Hereditárias, também das Províncias, dando ênfase às Três Linhas, as Tropas Pagas, as Milícias e as Ordenanças, lutando contra os Castelhanos.
Esse longo período da história desde as Capitanias Hereditárias até 1831, constitui a primeira parte da nova obra “Pró Brasília” e a segunda parte são os Marcos Históricos da Polícia Militar.
Pró Brasília – Fiant Exímia
A Obra traduz toda a esplêndida contribuição paulista na segurança e defesa da nossa Pátria, em todos os momentos críticos da nacionalidade brasileira, nos distúrbios sociais ou políticos, revoltas, revoluções e guerra. São Paulo sempre esteve presente, protegendo o ideal do nosso povo, honrando os ditames da heráldica do Brasão Paulista: PRÓ BRASÍLIA FIANT EXÍMIA (para o Brasil façam-se grandes coisas), homenageando também a Bandeira Paulista (as 13 lanças de guerra cercando o chão dos paulistas) que determina: de dia e de noite, os paulistas defendem o Brasil, em todas as direções, mesmo com o sacrifício da própria vida.
Conta a história dos Bandeirantes Paulistas, os homens de botas de sete léguas, que chutaram a linha das Tordesilhas para as bandas do Pacífico, triplicando a extensão da América Portuguesa, dando contorno físico da nossa terra.
Destacamos também os regimentos de 1.ª Linha, Tropas Pagas, a 2.ª Linha Auxiliares ou Milícias e a 3.ª Linha, as Ordenanças.
Nas Guerras do Sul, no Continente de São Pedro, República do Viamão, Os Sete Povos das Missões e Iguatemi, no sul de Mato Grosso.
As Tropas de 1.ª e 2.ª Linha se fundiram, sendo criado o nosso Exército Nacional em 1824. As Ordenanças foram extintas, nascendo, no Governo do Coronel de Milícias Tobias de Aguiar, em 1831, a Guarda Municipal Permanente, o primeiro nome da nossa Corporação e a primeira Estrela do Brasão.
Clarinadas da Tabatinguera
Eu tive a felicidade de presidir Associação dos Oficiais da Reserva e Reformados da Polícia Militar em 7 mandatos e uma das minha obrigações era, mensalmente, escrever o Editorial, o nosso jornal, na época chamado Boletim.
Além das notícias de interesse dos associados, como interpretações de Leis, publicações de ordens ou recomendações do Boletim Geral do QG, nossas lutas reclamando aumento de vencimentos, assuntos de interesses de nossas pensionistas e tantos outros assuntos e, quando oportuno encaixava também artigos sobre a história da Corporação, ressaltando as glórias dos nossos heróis, contando também muitas histórias, muitas crônicas, contos ligeiros e curiosidades da vida castrense.
A somatória de toda essa matéria atingiu mais de 300 publicações, que eu ia arquivando, cada mês, no Baú de Recordações para no futuro, no outono ou inverno da vida, pegá-los carinhosamente deliciando-me com as leituras já esquecidas, dialogando comigo mesmo, inflando o coração e a alma de nostalgia, saudades, emoções e reflexões, evocando um tempo maravilhoso, que marcou, e muito, o roteiro da minha vida.
Brotou então em mim a idéia de publicá-los, tornando-os em livro, no meu pensamento útil à Corporação e para tal, escolhi os melhores Artigos, ou os menos piores e estão aí as “Clarinadas da Tabatinguera” contando muitas coisas, ressaltando os heróis do passado, entre eles um General que comandou a maior Marcha Militar do planeta e morreu de pé.
Centenário da Aviação Militar Paulista
Para contarmos a história da Aviação Militar Paulista é bom citarmos três Presidentes (hoje Governadores) do estado de São Paulo:
1.º) Jorge Tibiriçá - 1904/1908 na Primeira República, a Constituição de 1891 garantia a autonomia dos Estados. Jorge Tibiriçá, então Presidente do Estado de São Paulo contratou a Missão Militar Francesa para instruir a Força Pública nos moldes dos Exércitos Europeus. O problema político em nosso Estado estava se agravando.
2.º) Albuquerque Lins - 1908/1912, sucessor de Jorge Tibiriçá, enfrentou a fúria de elementos ligados ao Marechal Hermes da Fonseca, Presidente da República. Tentavam uma Intervenção Federal em nosso Estado, como já tinham feito em alguns Estados do Nordeste. Salvação pela Espada era o lema dos Hermistas contrários aos Civilistas de Rui Barbosa. São Paulo rugiu como um leão ferido e a Intervenção logicamente não se fez.
3.º) Rodrigues Alves – 1912/1916 Ilustre paulista de Guaratinguetá, assumindo pela terceira vez a Presidência de São Paulo, temendo ainda aquelas “salvações pela Espada”, não hesitou em promover o progresso do poderio bélico do Estado, sancionando a Lei de 17 de Dezembro de 1913, criando então a Aviação Militar na Força Pública.
Este livro registra a data centenária – 17 de dezembro de 2013, contando toda a história da nobre Arma, desde o seu nascimento até a sua extinção com a derrota de São Paulo na Revolução Constitucionalista de 1932.
Yuri, você me pergunta sobre os personagens e eu afirmo que, sem eles a História não teria sentido, eles dão vida, dão coloridos das passagens, dos fatos, revelando os heróis que dignificam as Nações.
Vejamos os primeiros personagens da história paulista:
76 Governadores da Capitania – de 1532 a 1823;
110 Presidentes da Província – de 1823 a 1889;
50 Governadores, Presidentes, Interventores e Governadores Militares – de 1889 →
Despontam Martim Afonso de Souza, o primeiro Governador da Capitania de São Vicente, depois São Paulo, Brás Cubas construindo Santos, Pedro Góes e Rui Pinto expulsando os espanhóis de São Vicente em 1542. João Ramalho Tibiriçá e Bartira em Santo André da Borda do Campo, os Bandeirantes Paulistas que deram o contorno físico do Brasil, expulsando os espanhóis para os lados do Pacífico. Citemos alguns nomes: Fernão Dias Paes Leme, Amador Bueno da Ribeira (o paulista que não quis ser rei), Raposo Tavares, Borba Gato, Domingos Jorge Velho e tantos outros, os gigantes de botas de 7 léguas.
São tantos personagens, tantos heróis mas permita-me dar um salto na história para lembrar personagens e heróis mais recentes, por exemplo, os do Tenentismo, dos grandes homens de ideologias diferentes que motivaram as Revoluções da década de 20, ressaltando o Coronel Pedro Dias de Campos, o soldado da Lei e da Ordem e do lado oposto o seu amigo o General Miguel Costa, o Comandante da maior marcha militar do Planeta, o General que morreu de pé.
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