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segunda-feira, 28 de novembro de 2016

RESPOSTAS AO JORNALISTA YURI - NETO DO GENERAL MIGUEL COSTA

       5 – QUAL O VERDADEIRO SIGNIFICADO DA POLÍCIA MILITAR?

Yuri, a resposta a esta sua pergunta merece um retrospecto, uma volta ao nosso passado, situando-nos em Portugal, em meados do século XVI, quando o Governo português arregimentou suas Tropas, equiparando-as e treinando-as à moda dos Exércitos Europeus, já despojados das armas, das técnicas e táticas medievais.

Toda essa estrutura Portugal transferiu para o Brasil, em fins do século XVI, iniciando o Ciclo das três Linhas:


1.ª Linha – Tropas Pagas

2.ª Linha – Auxiliares ou Milícias

3.ª Linha – Ordenanças, que são as raízes das Polícias Militares do Brasil. As duas primeiras linhas se fundiram, em 1824, criando o nosso Exército.


As primeiras e segundas Linhas (Tropas Pagas e Milícias) lutavam nas guerras do Sul (1580-1828) contra os Castelhanos de Buenos Aires e do Paraguai, atacando o Continente de São Pedro, os Sete Povos das Missões e a República do Viamão. Os desfalques das nossas Tropas – mortes, feridos, prisioneiros e deserções – eram completados pela terceira Linha, as Ordenanças, que tinham suas Companhias destacadas em todas as vilas da Capitania de São Paulo (São Paulo, Santos, São Sebastião, Ubatuba, São Vicente, Itanhaém, Iguape, Cananéia, Paranaguá, Curitiba – estas duas no Paraná, que naquela época pertencia à Capitania de São Paulo -, Paranaíba, Guaratinguetá, Jacareí, Sorocaba, Jundiaí, Mogi das Cruzes, Pindamonhangaba e Taubaté).

A Companhia de Ordenanças era comandada pelo Capitão-Mor, encarregada de toda segurança da Vila, e tinham por missão também a construção e manutenção de estradas e pontes.

Uma terceira missão nobre das Ordenanças aconteceu no Sul de Mato Grosso, frente ao Paraguai, quando os seus castelhanos invadiram, o Brasil atraídos pelo ouro das Minas Gerais. Elas construíram e defenderam a Fortaleza de Iguatemi por dez anos. Suas tropas tomavam as barcaças no Rio Tietê em Araritaguaba (hoje Porto Feliz), com destino ao teatro da guerra. Foram centenas de mortos em combate, também sucumbidos pela malária, denominada toda a região do Rio Iguatemi como o Cemitério dos Paulistas.

Meu bom amigo Yuri, toda essa dissertação sobre as Ordenanças (como foi dito atrás as raízes das PMs do Brasil), somada às glórias da nossa Corporação, a partir de 1831 (os Permanentes na Guerra dos Farrapos, em 1838, Revolução Liberal de Sorocaba - 1842, Guerra do Paraguai - 1865/70, a Força Pública na Revolta da Armada – 1893, na Guerra de Canudos – 1897, nas Revoluções da década de 20, a Arrancada Constitucionalista de 1932 e nas Refregas contra os Comunistas de Luis Carlos Prestes em 1935, e os Integralistas de Plínio Salgado em 1938, na Segunda Grande Guerra Mundial – 1943/45, na Revolução Redentora de 1964, a Guerrilha do Vale do Ribeira em 1969 (lembremos do nosso herói mártir, o Capitão Mendes Júnior) e, nos últimos acontecimentos, a nossa Polícia Militar altaneira, como Tropa Auxiliar das nossas Forças Armadas na defesa do Brasil.


Nas linhas e entrelinhas destes escritos, o leitor entenderá o sublime significado da Tropa de Piratininga, criação de Tobias de Aguiar.

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