Boa leitura!

domingo, 15 de agosto de 2010

Uma anedota de guerra

Lendo o blog de Ricardo Della Rosa, moço apaixonado pela nossa história (http://tudoporsaopaulo1932.blogspot.com/), lembrei-me do patriotismo da juventude paulista e dos brasileiros e estrangeiros residentes em São Paulo.
Foram milhares de voluntários que se apresentaram para a luta, não havendo tempo hábil para uma instrução adequada, sendo também o armamento e munição muito escassos. Convém ressaltar que a Revolução de 30 com a derrota do poder legal, a Força Pública perdeu seu poderio bélico, sua aviação militar, sua artilharia e petrechos de armas automáticas, restando apenas fuzis, a maioria descalibrados, mas mesmo assim ela se rearticulou constituindo precariamente uma aviação de ataque e defesa, restos sobrados no Campo de Marte. Valeu-se também de bombardas e granadas de mão da indústria paulista. Perto de 70 mil voluntários se apresentaram e os instrutores e monitores foram tirados dos quadros da Força Pública.
Em fins de setembro, todas as forças constitucionalistas estavam exauridas nesses três meses de guerra, valendo-se os paulistas da famosa matraca, que imitava tiros intermitentes e rajadas idênticas a de metralhadoras. Razão do armistício consolidado nos primeiros dias de outubro.
O Brasil na ocasião não entendeu São Paulo. Somente em 1934, o ideal da Revolução foi conseguido com a sua Constituinte, que perdurou até 1937, quando Getúlio Vargas instaurou o Estado Novo, regime ditatorial permanecendo até 1945.
À respeito da instrução açodada lembrei-me de uma piada (anedotário de guerra), mais ou menos assim: um recruta teve alguns minutos de instrução sobre granadas. O instrutor o orientou que precisaria puxar o grampo para liberar o capacete que soltaria o percursor e consequente a granada explodiria. Em pleno combate o tenente deu ordem para o seu pelotão atirar as granadas de mão, mas o recruta esqueceu de puxar o referido grampo e atirou, a granada acertou a testa de um soldado inimigo, um paraibano. Este sentindo muita dor e com a testa ensanguentada gritou de sua trincheira:
- Ôh Pólista! Pedrada não! Não arrelache a guerra...

Um comentário:

  1. Prezado Coronel Oliveira Melo,

    Foi com muita alegria e orgulho que vi meu nome em suas páginas! Agradeço imensamente o apoio a divulgação do blog. Esse tipo de incentivo é importantíssimo na manutenção da nossa vontade de divulgar nossa história em um País com um povo de memória tão curta.

    Saudações Constitucionalistas!!
    Ricardo

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