O famoso e sempre lembrado “Tenente Galinha”– oficial da
antiga Força Pública, João Antônio de Oliveira – o temido caçador de bandidos,
cujo nome está ligado à história do combate ao crime, tornando-se, no seu tempo
e mesmo nos nossos dias, uma figura de legenda.
Varou, o destemido militar, os sertões
paulistas de lado a lado e foi buscar, afoitamente, vivo ou morto, o bandoleiro
mais temeroso, e o seu renome de intrepidez correu mundo, afugentando os mais
valentes e deixando, na volumosa folha de serviços, a gloriosa reputação de
haver, qual novo bandeirante, saneado os inabitáveis rincões.
O Tenente Galinha ficou, para sempre
popularizado, na crônica policial pelas inomináveis façanhas sem par, que
assinalaram uma época, a época que lhe tomou o nome. Chefiou como ninguém, por
dilatados anos, o selecionado Pelotão de Capturas, que percorria,
ininterruptamente, prestando relevantes serviços a São Paulo.
Sua
equipe era de soldados escolhidos a dedo, e dos quais exigia uma qualidade
primordial: não ter medo. Sua fama de homem valente se alastrou de tal forma,
que muitos episódios e muitos casos se inventaram e criaram por aí, aureolados
de pura lenda, e que, no entanto, passaram à categoria das coisas verídicas.
João Antônio de Oliveira era o tipo do homem
forte, alto, cheio de corpo, espadaúdo, claro, olhos castanhos muito
brilhantes, pequenos e vivos, a bailarem nervosamente dentro de duas grossas
pálpebras pestanudas. Os cabelos muito escassos, alourados, as mãos grossas,
maltratadas pelo rude trabalho, através dos sertões. De ordinário se trajava à
paisana e dava preferência a um paletó talhado à francesa, de cor azul-marinho
quase negro, com um colete longamente aberto, gravata sempre de cores vivas, de
laço por fazer, apertando um colarinho baixo, de pontas viradas; e umas calças
de casimira clara e umas botinhas amarelas. Completava-lhe o traje habitual,
largo chapéu mole, marrom, constantemente descido sobre os olhos quase a
chegar-lhe às sobrancelhas. Trazia sempre preso à ilharga esquerda, numa bolsa
segura ao largo cinto de couro, finíssimo revólver “Smith & Wesson”, último
modelo, de que não se separava nunca.
Emérito conhecedor de armas de fogo, de que
se mostrava exímio manejador, tinha pontaria infalível, sendo muito raro perder
um tiro. O popularíssimo policial era capaz de derrubar um pássaro a longa
distância, façanha de que se tornara autêntico campeão.
A respeito da vida aventurosa do Tenente
Galinha, narram-se, por aí, às centenas, façanhas capazes de fazer eriçar os
cabelos dos mais afoitos. Era tão grande o prestígio do seu renome, sertão
afora, que muitas vezes, os mais temerosos bandidos se dobravam trêmulos,
pálidos de susto, jogando-se a seus pés, ao perceberem que se encontraram diante
do afamado chefe do Pelotão de Capturas.
Conta-se que, em certa tarde, numa venda
levantada à beira da estrada, que ia ter aos Campos Novos, o caçador de
bandidos encontrou um tal de Lino Ferro, negralhão, valente como os mais
valentes, o qual de uma feita, numa função de roça, a golpes de faca,
assassinara dois homens, fugindo em seguida, apesar de ter recebido em pleno
peito um tiro de garrucha.
À procura do homicida andava o tenente. Viu-o
e, de manso, calmamente aproximou-se dizendo-lhe ao ouvido:
-
Meu amigo, dá-me duas palavras...
- Mas quem é você, replicou o
criminoso, desconfiado, de mão na coronha de sua carabina.
-
Sou o “Alferes Galinha”!
O
negralhão, como que atingindo por uma faísca elétrica, caiu ao solo.
A simples enunciação
do nome daquele homem, que cavalgava um rosilho de ínfima qualidade, com o
largo chapéu desabado sobre os olhos, a empunhar um clavinote curto, prestes a
disparar, aterrara-o!
Pouco depois, voltando a si da dolorosa surpresa, o colosso
já se achava entre os soldados da escolta e de mãos amarradas às costas.
Vencido este, o nosso herói já tinha plano para nova
façanha, novo entrevero, de que se saia sempre vitorioso, pois estava
acostumado a lutar, às vezes sozinho, com dez ou vinte bandidos, no seio da
noite, entre o zunir de balas e o tilintar de punais.
Quase todas as noites, quando não estava
viajando, costumava procurar a reportagem credenciada junto à Polícia Central,
e ali se deliciava em contar, com algum exagero, as peripécias da sua vida.
Mantinha ativa correspondência com pessoas do interior, e pela qual obtinha,
com frequência, a localização de criminosos foragidos.
Quase sempre, ao concluir suas emocionantes
narrativas, caracterizadas por um cunho de saborosos contos policiais, apesar
do linguajar desataviado, usando e abusando de termos da gíria e de baixo
calão, o homem sem medo costumava rematar com esta frase:
-
Não sou tão mau, como dizem. É
preciso ser ”brabo” às vezes.
O tenente era de uma extraordinária dedicação
à polícia, dentro da qual se fizera e criara tão derramada popularidade. Assim,
quando se instalou o curso de Oficiais da Força Pública, imprescindível para a
promoção, ele abdicou desse privilégio, pois achava que era mais importante um
ano no sertão, arriscando a vida para o bem da sociedade, em vez de quedar-se
nos bancos escolares para ser tenente ou capitão. Prejudicou, com isso sua
carreira, mas se realizou, vivendo perigosamente.
A par de ótimos serviços, que muito
contribuíram para o sossego das populações do interior, alarmadas com as proezas
de terríveis salteadores e facínoras, “João Galinha” era acusado de
perversidades e vandalismos, que garantem, praticava por divertimento, apenas
para satisfazer aos seus instintos maus. Não se sabe, com segurança, se essas
acusações são procedentes ou inventadas pelos seus inimigos.
Era corrente, por exemplo, a versão de que
ele não costumava trazer presos os criminosos capturados, mas exclusivamente
suas orelhas enfiadas num arame...
Em
todo caso, é inegável que o famoso militar escorrassou do seio da sociedade,
onde constituíam grave perigo à sua tranquilidade, numerosos elementos
perigosos, que graças à ele foram espiar, nos cárceres os seus crimes.
O Alferes Galinha teve, com o desenrolar de
sua própria vida, um final trágico. Morreu na madrugada de 13 de abril de 1913,
assassinado em seu leito, enquanto dormia. Só assim poderiam trucidá-lo.
O crime entregue à elucidação do Dr.
Mascarenha Neves, da 5ª Delegacia, parecia, a princípio, revestir-se de
mistério. A opinião pública empolgou-se vivamente com a tragédia. Mas, dentro
de três ou quatro dias estava tudo perfeitamente esclarecido com a confissão e
a acareação dos criminosos, que foram o Inspetor de Polícia Israel Coimbra,
Benedito Silva, alcunhado de “Manquinho” e Benedita de Oliveira, esposa do tenente.
Foi vítima de sua mulher e de seu melhor
amigo, pois Israel Coimbra viera de Barretos, trazido pelo próprio tenente, que
conseguiu uma nomeação como Agente de Segurança, no Departamento de
Investigações.
O móvel do crime foi um seguro de vida, feito
por Galinha, beneficiando Benedita de Oliveira e o filho Pretextato. Seria o
“crime perfeito”, a trama não podia falhar, pois armaram a tragédia e a
consumaram, dando a impressão de que o tenente fora vítima de ladrões ou de
inimigos que, por certo, ele os tinha e muitos.
Assim, passados tantos anos de tão trágico
drama, relembramos o nome do Tenente Galinha, cuja vida decorreu entre
peripécias de verdadeira novela policial. Ele emerge soberano, fazendo vibrar
nossos corações, pois, seus atos de bravura se entrelaçam com estórias
fantásticas. É o herói, o famoso lutador João Antônio de Oliveira, imortalizado
nas ruas da metrópole (há uma rua em sua homenagem, travessa da Rua da Mooca,
na altura da Imprensa Oficial do Estado), e na alma popular paulista. Ele
arriscou sua vida, defendendo a ordem, a lei, as conquistas do progresso, em
andanças maravilhosas pelos sertões, na mais perigosa das caçadas, a de
bandidos terríveis, à frente do Pelotão de Capturas do 5º. Batalhão da Milícia
Paulista. É o paradigma dos bravos e dos desprendidos, o símbolo do servidor do
Estado e da Pátria, o exemplo para atual e vindouras gerações da extremada
Polícia Militar de São Paulo.
Nota: Sobre o
apelido “Galinha”, contou-me um antigo comandante o seguinte: natural
de Capivari, na juventude, cometia junto com colegas furtos de aves e passavam
as madrugadas (principalmente em velórios), degustando as penosas. Aos
vinte anos alistou-se na Força Pública, alcançando, por estudos, a promoção a
Alferes, posto correspondente ao 2º. tenente, sendo mandado para comandar o
destacamento de sua cidade natal.
Seus amigos, aqueles jovens das galinhadas, já
homens feitos, cometiam estripulias pela cidade, infrações, pequenos delitos e
o Alferes João Antônio de Oliveira não tinha contemplação, prendia-os e os
recolhia ao xadrez.
Os presos
reclamavam, chamando o amigo Alferes para soltá-los, alegando a antiga amizade,
mas o tenente não atendia, em função da sua responsabilidade, era um defensor
da lei.
As cenas se repetiam constantemente e as
lamentações também, principalmente em
fins de semana:
- João, lembra daquelas madrugadas, das galinhadas?
Você é nosso amigo... tire-nos daqui...
O Alferes continuava intransigente. Enfurecidos pela
indiferença do ex amigo, começaram a chamá-lo de João Galinha, Alferes Galinha,
Tenente Galinha, e o apelido pegou.
Olá! No livro "Eu sou a lei", sobre o Tenente Galinha, há uma passagem onde é citado meu avô. Gostaria de saber em que arquivo da polícia, poderia ter informações sobre isso. Em agosto de 1900, meu bisavô, Silvilino Botelho teve um desentendimento com o Tenente Galinha, e trocaram tiros, em Mineiros do Tietê-SP. Meu bisavô respondeu a um juri. Em 1924, em decorrência de outros fatos, ele foi preso.
ResponderExcluirPode me ajudar?
Ricardo, se você ler isso, pode entrar em contato comigo?
ResponderExcluirsilvinhabotelho@gmail.com
“João Galinha” era acusado de perversidades e vandalismos, que garantem, praticava por divertimento, apenas para satisfazer aos seus instintos maus. Não se sabe, com segurança, se essas acusações são procedentes ou inventadas pelos seus inimigos.
ResponderExcluirMas é claro que são inventadas, completamente infundadas. deveriam processar que diz uma coisa dessas. Afinal todos sabemos que a Valorosa Policia Militar nao faz essas coisas. FAÇA-ME O FAVOR, O CARA DEVERIA SER UM ANIMAL, TRUCULENTO.
Comentário infeliz. Ele tem história, e você?
ExcluirLimpe a boca para falar da Polícia Militar.
Ele tem historia e eu ? eu tenho nome e voce nem isso, assine como homem nao como anonimo e Com certeza ele tem historia mas uma historia de ocmbate ao crime e de violencias contra bandidos e contra quem ficasse no seu caminho. e quanto a quem sou eu para falar ? meu nome >> marcio nogueira e nao ANONIMO como voce assina. se quer criticar mostra a cara ou pelo menos tenha a coragem de nao se esconder. coloque o seu nome.
ExcluirMaaaaasss ... a bandidada borrava as calças! Precisávamos de uma meia dúzia de Tenentes Galinhas hoje.
ExcluirTenente Galinha
ResponderExcluirOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
João Antonio de Oliveira ( 1913) foi um oficial da Força Pública do Estado de São Paulo, popularizado na crônica policial como Tenente Galinha. Tornou-se célebre devido à brutalidade que empregava no combate ao crime no interior do estado no começo do século XX, quando atuou no comando de destacamentos responsáveis pela proteção a propriedades ameaçadas por bandoleiros e ladrões de cavalos.
BiografiaAnalfabeto funcional, Oliveira alistou-se na força policial da província em 1888. Desertou duas vezes e era alvo frequente de ações disciplinares, mas apesar disso cumpria a contento as funções a que era designado, sendo promovido a tenente em 1909.1
Com o desenvolvimento de São Paulo em direção ao interior e consequente aumento na criminalidade, as autoridades formaram o Serviço de Capturas, conhecido simplesmente por "captura" ou "volante", para repressão ao banditismo nessas áreas. O tenente foi designado então para o comando de uma tropa formada por aproximadamente dez soldados — força ampliada em cada cidade por mais dois ou três moradores locais, os "pombeiros", que serviam como guia e indicavam os locais de ação dos criminosos.2
Diz-se que o chefe da volante considerava mais fácil e menos oneroso ao estado que ele executasse os bandidos a submetê-los ao processo legal, e em suas incursões ele e seus homens eliminaram diversos criminosos. Entre os vários sinais da brutalidade então empregada estava a prática de decepar a orelha das vítimas e enviá-las para a capital do estado. O poder outorgado ao tenente acabou levando a outras formas de abuso e desrespeito à lei, como estupro, assassinato de ciganos e espancamento de inocentes que desagradassem de alguma forma os soldados.1
Galinha sobreviveu a todos os riscos envolvidos nas missões em que participou, apenas para ser assassinado em 1913 em casa e na própria cama pelo amante de sua esposa.
Alguns esclarecimentos complementares sobre as narrativas. Meu nome é Silvilino Botelho, 64 anos, filho de Sebastião Botelho e Antônia Farto Botelho. Recebi o nome de batismo, em homenagem ao meu avô, citado pela Silvinha Botelho, que comenta e pergunta no blogger em questão, onde são compartilhadas mais alguns comentários.
ResponderExcluirColoque no Google o seguinte “ACHADOS HISTORICOS DE MINEIROS DO TIETÊ”, e confiram a versão oficial,
SILVILINO BOTELHO, O HOMEM QUE VENCEU O TENENTE GALINHA Depois da proclamação da República, foi criada em São Paulo a Delegacia de Vigilância e Captura como forma de ajudar as pequenas delegacias do interior paulista na caça aos criminosos. Muito embora a Captura (esse era o seu nome popular) nem sempre honrasse a Lei; também agia a mando das oligarquias políticas, defendendo causas às vezes injustas.
O pelotão de Captura saía com ordem de fuzilar os criminosos que a ele resistissem, e sua existência foi, portanto uma trilha pontilhada de mortes O mais famoso delegado da Captura foi o tenente Galinha, apelido pelo qual era conhecido João Antonio de Oliveira, temido pelos malfeitores, pois tinha conseguido prender o perigoso Dioguinho, um bandido igualmente célebre. Tenente Galinha, além disso, era frio e maldoso, sendo bem conhecidas as arbitrariedades que cometia em suas andanças. Numa certa cidade, por exemplo, em que chegou com seus homens sem serem convidados, os donos tinham escondido a comida, com a desculpa de que ela se havia acabado; mas ao revistar a casa os soldados encontraram a comida, provocando no tenente atos de extrema vingança. Os convidados foram obrigados a dançarem nus e o tenente Galinha estuprou a noiva, depois de torturar o noivo a ponto de deixa-lo com problemas mentais.
Mineiros do Tietê, por outro lado, possuía um exímio atirador, de nome Silvilino Botelho, que costumava escrever as iniciais de seu nome com tiros de revólver nos troncos das árvores, somente para treinar sua pontaria.
Silvilino tinha um sítio no bairro de Capim Fino, sendo ainda proprietário de uma máquina de benefício de café. Certa feita um de seus empregados, que namorava uma moça sem que a família dela aprovasse, foi morto pelo pai da moça com uma facada, depois de uma discussão entre os dois. Ao tomar conhecimento do crime, Silvilino se dirigiu à casa do assassino para tentar prendê-lo, mas houve reação e nova morte aconteceu: Silvilino terminou matando o homem.
Devido à gravidade dos fatos, a Subdelegacia de Mineiros pediu a presença da Captura, que mandou um pelotão chefiado justamente pelo tenente Galinha. Silvilino estava pegando um cavalo no pasto, quando percebeu um soldado que chegava apontando-o com o dedo; com muita agilidade rastejou até à casa da fazenda, pedindo à sua mulher que carregasse as armas, já que ela também entendia de armamentos, sendo boa atiradora. Na troca de tiros que se seguiu, um dos soldados foi morto. E o
Tenente Galinha, alojado atrás do mourão da porteira, por descuido deixou um de seus joelhos à mostra, o qual foi atingido por uma bala certeira disparada por Silvilino Botelho. Com o joelho arruinado, tenente Galinha ordenou a retirada do pelotão, ficando muito tempo internado para se recuperar do ferimento. E como o irmão de Silvilino, Theotônio Botelho, fosse um político local de forte influência, o caso acabou resolvido através da justiça comum.
Desse modo a Captura não mais retomaria a Mineiros. E João Antonio de Oliveira, o famigerado tenente Galinha, perderia a vida de forma trágica, em crime passional ocorrido na cidade de São Paulo. Na madrugada de 13 de abril de 1913, foi assassinado enquanto dormia na própria cama, pelo amante de sua mulher.
http://www.nossataquaritinga.com.br/v2/cronicas-fatos-historicos/50--personalidades/599-tenente-galinha-e-a-captura-.html
ResponderExcluirLeitor, você, certamente, ao conversar com pessoas mais idosas, por exemplo, seu tio, seu avô ou uma pessoa com mais de 70 anos, ao referir-se à nossa cidade, logo complementa com uma frase nada agradável para nós, taquaritinguenses. Há dias, fui apresentado a um senhor com seus 80 anos de idade e bem vividos. Assim que me identifiquei como sendo natural de Taquaritinga, logo complementou: “chiiii, terra de ladrão de cavalo”. Aproveitei o “gancho” e pedi para me contar o que sabia sobre essa atividade, aqui em nossa região. Relatou-me que essa atividade aqui, era bem desenvolvida. Mas, surgiu um policial que era conhecido por Tenente Galinha, o “caçador de bandidos”.
Os leitores mais velhos, certamente, já ouviram estórias sobre esse personagem. Este que lhes escreve também teve a oportunidade de ouvir e ler notícias sobre o referido personagem.
Há algum tempo atrás, num “papo com o Paulinho Zupani, este comentou que havia lido um livro, contando passagens da vida do Tenente Galinha. Paulinho lembrava-se apenas que a capa estava ilustrada por uma figura, representando um militar, em atitude de ação, empunhando um chicote numa das mãos e na outra, uma carabina. Não se lembrava nem do título e nem do nome do autor. Interessei-me em conhecer a história desse personagem. Pesquisei em diversos “sebos” da Capital, bem como fiz consultas à Biblioteca da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco e na Biblioteca Municipal de São Paulo. Nesta última, encontrei nos seus arquivos uma ficha indicativa: “Eu sou a lei - Tenente Galinha” Autor: Aderbal Figueiredo”. O livro havia sido transferido para a Biblioteca Municipal Presidente Kenedy, localizada no Bairro Santo Amaro. Depois de muitas idas e vindas, com a ajuda da bibliotecária e alguns auxiliares, consegui localizar o referido livro e manuseá-lo. O livro foi escrito por um jornalista, repórter do jornal “Diário da Noite” -- Aderbal Figueiredo. Redigiu-o sob a forma de uma série de reportagens publicadas no citado jornal.
Para documentar-se devidamente, o autor percorreu o interior paulista, colhendo depoimentos de pessoas que foram contemporâneas do nosso personagem e de outras pessoas que tiveram conhecimento da campanha desenvolvida, nos mais diversos municípios do Estado, pelo Tenente Galinha e seus comandados.
O cenário desenvolve-se nos últimos anos do século passado e na primeira década deste (entre 1895 a 1910). O Estado de São Paulo desenvolvia-se no sentido para o interior, isto é, rumo ao sertão, como se dizia. Grassava, nessa época, os “grileiros” que ocupavam as terras de terceiros; falsificavam assinaturas, documentos, papéis; alteravam marcos divisórios das propriedades; falsificavam títulos de propriedade, assinaturas de juízes, de cartórios, etc. Dando cobertura aos “grileiros” estavam os “capangas”, que agiam intimidando e até matando aqueles que se interpunham. Formavam verdadeiras quadrilhas, dando proteção aos “grileiros”. A esses “capangas” se juntavam os ladrões de cavalo, os assaltantes às composições férreas, que se espalhavam pelo interior a dentro. Os fazendeiros, por sua vez, passaram a recrutar os seus próprios capangas; matadores profissionais postos a serviço daqueles. Havia necessidade de colocar um ponto final nessas ações criminosas.
A polícia, representando o Estado, passou a reprimir os infratores. Organizou-se, no começo deste século, a “escolta de capturas”, que foi criada com o objetivo de eliminar o banditismo. Essa escolta, que também era conhecida por “captura” ou por “volante”, teve grande fama. Foi escolhido o alferes João Antônio de Oliveira, comissionado no posto de tenente para comandar a escolta, visando reprimir o banditismo no interior do Estado. A escolta era formada por vários soldados tendo à frente, no comando, o Tenente Galinha (esse era o seu apelido). Essa escolta era, também, conhecida pelo nome de “volante”, que significava uma tropa que se deslocava de um lugar para outro.
CONTINUA...
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ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAgradeço as duas colaborações sobre o Tenente Galinha.
ResponderExcluirHá muitas lendas em torno desse tenente comandante da captura da antiga Força Pública.
Diz o popular que em toda a lenda há um fundo de verdade..., mas teria Nero incendiado Roma?
Meu avô foi da Força pública ,nascido em 1894...eu não cheguei conhecê-lo,mas minha mãe conta as histórias que ele contava a ela...e hoje conversando com minha mãe ela me contou as histórias a respeito do Tenente galinha....meu avô não gostava de trabalhar com ele , pois ele era muito cruel..acredito que tenha fundo de verdade sim ,ele foi um servidor exímio mas também foi muito ruim , a pontos de extrema crueldade.
ExcluirOla, Ricardo. Meu nome é Silvilino Botelho, pai de Silvinha.Seu pai tinha o mesmo nome. Tive um primo que não conheci, que é o seu pai, creio. Fale um pouco dele para a Silvinha, pois ela faz uma peregrinação para buscar nossa história familiar. Abraço forte.
ResponderExcluircomo posso encontrar uma cópia desse livro? meu waths wapp 11987905441
ResponderExcluircomo posso encontrar uma cópia desse livro? meu waths wapp 11987905441
ResponderExcluireu era muito pequeno quando minha vó contava historias deste monstro. matou muitos parentes dos meus avós que eram ciganos. todo valentão tem um ponto fraco que é ser --- corno
ResponderExcluirNO ANO DE 1.974, O GIL GOMES TINHA UM PROGRAMA NA RADIO CAPITAL OU NACIONAL, DOMINGO DE MANHÃ, COM TÍTULO GIL GOMES ESPECIAL, E NUM DESTES FOI TODO DEDICADO AO TENENTE GALINHA, FICA IMPRESSIONADO COM AS AVENTURAS DO MESMO, PARA MIN UMA FIGURA CONTROVERTIDA. FIGURA DA ÉPOCA.
ResponderExcluirMarco Botelho.
ResponderExcluirEstá história envolvendo Silvilino Botelho, e real, meu bisavô, envolvendo o Tenente Galinha, meu vô que que contou filho de Silvilino, a verdade e que ele não foi tentar capturá-lo e sim matá-lo, onde um dos seus homens foi atingido ao adentrar na residência , e o tenente atingido no joelho. E por se oficial do exército major se entregou posteriormente a oficiais e ficou preso em SP, após liberado. Tenente Galinha sabia das habilidades do bisavô exímio atirador, e não havia intenção de prendê-lo e sim matá-lo, razão a qual foi absolvido. O tenente acusava meu bisavô de estar fornecendo armas a revolucionários, o que não ficou provado, meu avô estava em casa quando o evento aconteceu
Marco, acredito que somos parentes. Pode me enviar um e-mail? silvinhabotelho@gmail.com
ExcluirOlá vc pode me ajudar estou tentando encontrar alguma informação sobre meu bisavô (Manoel) Moreira da Silva. Soube que ele fazia parte da Força pública. Gostaria que vc se pudesse me enviasse material ou indicações de onde procurar algum documento ou lista onde o nome dele apareça. Pode me acionar por whatsapp.quem tiver alguma informação ou arquivos de nomes onde eu possa procurar pelo nome do meu bisavô por favor entre contato. Meu tel:018 997439506
ResponderExcluirObrigado
Olá! Alguém teria alguma informação sobre o capitão João Alves do Amaral Camargo, ele é meu bisavô que viveu em Mineiros entre 1890 e 1910. Agradeço qualquer informação!
ResponderExcluirMeu email é: deniseandreoli@yahoo.com.br
ExcluirMeu nono morava em Itaquera sendo um imigrante italiano mas que serviu na Legião Estrangeira sendo um dos primeiros moradores de Itaquera e na época foi nomeado o Primeiro Delegado e Juiz de Paz e tendo trabalhado com o Saudoso Tenente Galinha do qual falava muito bem sendo um policial da mais alta classe competência e destemido da qual Neu nono Chamado Emílio Bozzo se orgulhou de ter trabalhado com ele sendo que sua história fazia parte de nosso entendimento com nosso nono da qual muito me orgulho de ser seu neto
ResponderExcluirRicardo, já conversamos mas não encontro seu contato, pode me escrever? silvinhabotelho@gmail.com
ResponderExcluiralgumas frases do artigo acima :
ResponderExcluirpois estava acostumado a lutar, às vezes sozinho, com dez ou vinte bandidos......... ele era macho quando estava com a volante. ja li muitos textos e todos declaram que sózinho era covarde.
Mantinha ativa correspondência com pessoas do interior, e pela qual obtinha, com frequência, a localização de criminosos foragidos......... ele era analfabeto.
Não sou tão mau, como dizem. É preciso ser ”brabo” às vezes.
ele preferia levar o bandido morto ou nem levar. era brabo só as vezes mesmo.
“João Galinha” era acusado de perversidades e vandalismos, que garantem, praticava por divertimento, apenas para satisfazer aos seus instintos maus. Não se sabe, com segurança, se essas acusações são procedentes ou inventadas pelos seus inimigos...... nao se sabe se isso era verdade ou invenção? mesmo ? nossa.
Ele emerge soberano, fazendo vibrar nossos corações, pois, seus atos de bravura se entrelaçam com estórias fantásticas...... vibrar nossos corações ? um infarte ou ataque cardiaco tambem faz isso.
o exemplo para atual e vindouras gerações da extremada Polícia Militar de São Paulo..... e voce ainda quer que a Policia se inspire, se espelhe nesse tipo de pessoa. pelo amor de Deus. eu entendo que voce é militar e tem que defender os seus, mas a Policia, a verdadeira Policia tem o dever de proteger a sociedade e nao sair executando uma pessoa, mesmo que seja um bandido. nunca se sabe se é bandido ou nao. para isso existem investigações. esse cara era um bandido fardado e nao é exemplo para ninguém.
Procuro publicações que abordem a Coluna de Busca e Captura do tenente. Galinha, pois meu bisavô Joaquim de Melo fazia parte da mesma,inclusive deu baixa e casou -se e ficou na cidade de Casa BRANCA SP.
ResponderExcluirSergio Carvalho 81 992626788
Onde o tenente galinha ele foi enterrado?
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