3 – POR QUE E QUANDO INGRESSOU NA FORÇA PÚBLICA?
Ingressei nas fileiras da Força Pública no dia 5 de abril de 1939, ano do início da Segunda grande Guerra Mundial.
Itapetininga era sede do 8.º BCP (Batalhão de Caçadores Paulistas). O Comandante franqueava, aos alunos do ginásio da “Peixoto Gomide”, a utilização de todo o aparelhamento esportivo do Quartel, nascendo então muitas amizades com Praças e Oficiais do lendário Batalhão. O Tenente Izaltino, grande atleta e amigo, era o nosso técnico no futebol e basquete. Num intervalo dos treinamentos, a curiosidade me levou a perguntar-lhe quanto ele ganhava como 2.º Tenente. UM CONTO DE REIS foi a resposta!
Vamos falar de um outro Batalhão, do Exército, vindo de Santa Catarina em 1935, ocupando o nosso belo Quartel. Um ano antes o 7.º Batalhão Paulista tinha um novo endereço, Sorocaba (não era mais o 8.º e sim o 7.º BC, pois aquele tinha o seu novo aquartelamento na Terra das Andorinhas, em Campinas).
Nossa gente estava ainda ressentida com a derrota Constitucionalista de 32. Com o tempo, a cidade já tinha sido conquistada pelos barrigas verdes. Jovens praças e jovens oficiais se encantaram com as belas moças e dezenas ou centenas de casamentos aconteceram.
O Comandante do novo Batalhão autorizou a continuidade dos nossos jogos, agora no Quartel do 5.º Batalhão de Caçadores do Exército. Novas e boas amizades aconteceram, e o Tenente Nelson foi uma delas; ele era o nosso novo treinador a quem, num momento de recesso, perguntei qual o seu ordenado?. A resposta UM CONTO DE RÉIS. Quase desmaiei pela segunda vez.
Não tive dúvidas! Portando o diploma ginasial tomei o trem da Sorocabana (segunda classe) rumando para a Pauliceia Desvairada, que eu já sabia ser dinâmica e linda. Desembarquei na Estação Júlio Prestes, atravessei o Jardim da Luz, entrei no Quartel do CIM (Centro de Instrução Militar) e agora, aos 96 anos, eu digo Obrigado meu bom Deus!.
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