Boa leitura!

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

SÃO PAULO CIDADE ABERTA



Recebi do meu amigo Caio Plessmann de Castro um régio presente “São Paulo Cidade Aberta”, uma produção que revela capítulos das Revoluções brasileiras na década de 20:

1922 – 5 de julho, os Dezoito do Forte de Copacabana no governo de Epitácio Pessoa; nas areias sangrentas da praia nasceu o Tenentismo de Siqueira Campos, Newton Prado, Mario Carpenter, Eduardo Gomes, todos jovens tenentes do E.N. e mais um civil gaúcho Otávio Correia.

O Tenentismo continuou em 1924, Revolução de São Paulo (também no dia 5 de julho), no governo de Artur Bernardes. Essa Revolução foi comandada pelo General Isidoro Dias Lopes e o Major Miguel Costa cavalariano da então Força Pública.

Derrotados pela Tropa Legalista Isidoro e Miguel iniciam a maior Marcha Militar do planeta, à célebre Coluna comandada pelo General de Brigada Miguel Costa; o Coronel Luis Carlos Prestes era o Sub Comandante da Coluna. Foram quase 3 anos de marcha através do Brasil.

O Tenentismo termina em 1930 com a vitória de Getúlio Vargas. Em 1932 irrompem a Revolução Constitucionalista de São Paulo, as Revoluções Extremistas de 35 e 38, também a Segunda grande Guerra Mundial mas tudo isso é uma outra história.


Recomendo aos meus leitores o filme de Caio Plessmann de Castro e seus colaboradores.



quarta-feira, 8 de março de 2017

O POMBAL DO 4.º BC – BAURU

Como 2.º Tenente em 1946 fui classificado no 4.º BC, assumindo a Secretaria do Batalhão, substituindo o saudoso 1.º Tenente Alcides Teodoro dos Santos, que no ano seguinte morreria como herói numa ação arriscada.

À Secretaria estava subordinado o Pombal da Unidade. Os Pombos-Correio treinados como mensageiros, levando em suas patinhas ordens cifradas do Comando.

Na Primeira Grande Guerra (1914-18) milhares deles foram caçados, em pleno voo pelos alemães e franceses, pois as mensagens representavam perigo para as respectivas Nações em guerra.

Todas as tardes, o Soldado Joaquim soltava os pombos para treinamento e uma hora mais tarde, eu agitava uma bandeira branca, com mastro de bambu e o espetáculo era lindo pois todos eles voltavam para o pombal.

Numa reforma havida na Força Pública, em fins da década de 40, todos os pombais foram extintos, na época em que a nossa Corporação deixou de ser guerreira, cedendo lugar para os treinamentos de Guerrilhas e Segurança Pública.

Mas os pombais nos deixaram muitas saudades!!!

O pitoresco da história é que, no dia, o soldado Joaquim em ocorrência fantástica: " Sr. Tenente, eu acho que o pombo nº 14 é viado, pois não para de rodear o pombo nº 09". 

Os Pombais foram herança das Missões Militares Francesas (1906/1914) e (1919/1924).

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

RESPOSTAS AO JORNALISTA YURI - NETO DO GENERAL MIGUEL COSTA

11) PENSANDO EM SEUS FILHOS, NETOS E BISNETOS, QUAL A 
MENSAGEM DEIXADAS PARA OS POLÍTICOS DO BRASIL? 


Não só pensando em meus filhos, netos e bisnetos mas também levando a minha mensagem para todos os filhos, netos e bisnetos que nasceram e nascem nesta abençoada Terra de Santa Cruz.

Peço, imploro a todos os nossos políticos, de hoje e do amanhã, não só a eles mas a todas as autoridades, aos grandes empresários, às importantes Entidades Estatais que pratiquem o bem, a honestidade, a honradez, protegendo todos os negócios do Estado, para produzirmos um Brasil política e economicamente forte.

É sabido que, antes de 1930, existia no Brasil a corrupção eleitoral, o eleitor votando várias vezes, os defuntos também. Havia políticos mais ousados, reunindo os possíveis eleitores em seus viveiros em dias de eleição oferecendo, além da boa comida, outras benesses como:

· Os banguelas ganhavam uma dentadura, apenas a metade. A outra o patrão devolvia se fosse eleito;

· O patrão cortava ao meio uma nota valiosa, talvez 100, 200 ou 500 Mil Reis. Dava ao eleitor a metade da nota e a outra se fosse eleito;

· Promessas de doação de terreno ou casas e presentes valiosos... se fosse eleito!!

No entanto os homens e políticos vencedores eram honestos na suas investiduras mas, nos tempos modernos, as duas corrupções existem, a eleitoral e as falcatruas batizadas de mensalão, lava-jato, zelotes, acarajé, surgindo agora a Operação ALETHEIA, origem grega que significa a busca da verdade. É triste para todos nós vermos um ex Presidente, a Presidenta e seu Vice, os Presidentes das duas Casas do Parlamento, a Câmara Federal e o Senado, todos eles réus de vários crimes

Faço um apelo às autoridades e aos políticos brasileiros: cuidem da nossa Amazônia, o pulmão verde do mundo, reconstruam as matas roubadas, inclusive a Mata Ciliar, esta que abasteciam e devem irrigar os rios, lagos e ribeirões.

É meu pensamento que as Empreiteiras não devem proteger o Cartel, revezando-se nas conquistas dos editais de concorrência. Que não seduzam os homens do Governo, com propinas e outras atrações.

Autoridades brasileiras, políticos do meu querido Brasil, o momento é grave!. Lutemos por um Brasil ideal, com as terras produzindo alimentos, água abundante para as hidroelétricas, as represas em nível alto. Façamos um Brasil sem problemas políticos ou econômicos. Alguém já falou que o Brasil seria o Celeiro do mundo e a Pátria do Universo. Bendito seja o Brasil.                    

sábado, 11 de fevereiro de 2017

RESPOSTAS AO JORNALISTA YURI - NETO DO GENERAL MIGUEL COSTA

        10) QUAL A MENSAGEM QUE QUER DEIXAR PARA OS POLICIAIS DE HOJE 
DO FUTURO?

           Além de minhas considerações expostas no questionamento número 7, afirmo que a nossa Polícia Militar é a melhor Corporação do mundo!. Sinto orgulho de ser veterano da sempre amada PM, que Tobias de Aguiar plantou em nossa Piratininga.
          Peço aos policiais de hoje que continuem combatendo o bom combate, atentos aos problemas que a sociedade bandeirante requer, protegendo o homem, sua família e seus bens, excluindo do nosso meio os fora da Lei. É imperioso a atenção nossa para os maus jornalistas que nos denigrem e também a uma parte da sociedade, de esquerda, que nos ataca.

          É necessário que diminuemos, até o quoeficiente zero, a população do nosso presídio “Romão Gomes”;  fazemos um apelo aos Policias Militares do futuro, que tenham cuidado com os maus políticos, que desejam acabar com a nossa Corporação. Já tentaram algumas vezes, alegando sermos criações dos Governos Militares. Há um projeto de Mario Covas, quando Governador de São Paulo, nesse sentido; ele está arquivado na Secretaria da Câmara Federal e pode ser resgatado pelas mãos de inimigos nossos e enviado ao Parlamento Brasileiro. E daí meus caros colegas de hoje e do futuro? 

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

RESPOSTAS AO JORNALISTA YURI - NETO DO GENERAL MIGUEL COSTA


9) QUAL A LIÇÃO MAIS IMPORTANTE QUE APRENDEU AO LONGO DE


SUA VIDA?


São tantas as lições que a Vida me ensinou, não sendo difícil apontar a mais importante.

As primeiras lições foram de meus pais. Vieram depois as Escolas, Faculdades, Academias e, a cada estágio, aprendíamos mais coisas sobre a vida, como o encanto da natureza, a beleza das estrelas e galáxias, os oceanos, os rios, as florestas, também os terremotos, maremotos, vulcões... Ao longo dos tempos mais e mais ensinamentos, surgindo em minha mente uma indagação assustadora: De onde viemos e para onde vamos?

O ateu defendendo a tese da evolução do homem. Do outro lado, os religiosos cultivando as qualidades terrenas, na certeza da existência de um Ser Supremo, Deus.

Os materialistas chegando a um retrospecto, de que a vida começou numa Nebulosa até chegar ao Homem, surgindo então uma interrogação: Quem fez a Nebulosa? Silêncio, silêncio... não houve respostas!

Concluindo Yuri, tenho a certeza de que a lição mais importante que aprendi na Vida é participar de todas as virtudes terrenas, acreditando na beleza da Vida e na beleza da Morte, e louvando o arquiteto do Universo.

domingo, 8 de janeiro de 2017

RESPOSTAS AO JORNALISTA YURI - NETO DO GENERAL MIGUEL COSTA

8) ATUALMENTE, O SENHOR É O CORONEL MAIS ANTIGO DA PM. QUAL O
SENTIMENTO SOBRE ISSO?

Tenho a certeza de que não sou o Coronel mais antigo da PM mas estou convicto de que sou um dos Coronéis velhos da Corporação. Tenho o sentimento de extrema felicidade ao chegar à idade provecta, com a consciência do dever bem cumprido, tanto em minha vida familiar como profissional.

Nessas duas sagradas missões, sempre combati o bom combate e guardei a fé. 

Fiz toda a carreira Militar na saudosa Força Pública. Com muito esforço galguei todos os postos da carreira, sempre com o pensamento altruísta de defender a Pátria, a sociedade paulista e os brasileiros moradores de São Paulo.

Yuri, não posso deixar de contar a você um importante momento de minha vida, envolvendo um Cadete que se projetou, em toda a sua vivência nas fileiras da Polícia Militar, sempre com a dedicação de um militar correto, cônscio de suas responsabilidades. Ele estudou o sistema de segurança de vários Países e admirou o uso de motocicletas na Polícia Japonesa.

Com o aval do Comandante Geral, treinou centenas de nossos homens, deu-lhes intensa instrução sobre todos os detalhes do emprego da moto no mundo da segurança pública e policiamento. Esse Oficial, hoje Coronel Veterano, Pedro Rezende de Oliveira Mello é o meu querido filho, o criador da ROCAM.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

RESPOSTAS AO JORNALISTA YURI - NETO DO GENERAL MIGUEL COSTA

7) SE TIVER A CHANCE DE MUDAR ALGO NA PM, O QUE MUDARIA?

Não mudaria nada, aperfeiçoaria tudo. Vamos aos nossos sonhos:

1 – Ter a tropa Tobiana bem fardada e bem paga;

2 – Despertar em nossos Policiais Militares a autoestima, o orgulho de pertencerem à grande família, de 100 mil homens e mulheres;

3 – Aperfeiçoar o serviço de Inteligência, baseando-se nos exemplos de Países mais adiantados ou mandando nossos homens estagiarem em Centros Especializados, em Nações do primeiro mundo;

4 – Impor uma disciplina consciente, aperfeiçoando os conhecimentos profissionais e culturais dos nossos homens;

5 – Adquirir armamentos modernos, conseguindo das nossas Forças Armadas a cooperação no sentido de proteger nossas fronteiras evitando o tráfico de drogas e vendas de armas poderosas as quadrilhas que assaltam nossos Bancos e as nossas gentes;

6 – Aperfeiçoar a Corregedoria, premiando nossos heróis e condenando os maus policias ou expulsando-os das nossas fileiras;

7 – Anular os resquícios de rivalidade, de patriotadas o exagerado Corporativismo entre as duas Polícias: Civil e Militar. Talvez uma Polícia única, um só comando, buscando soluções nos Carabineiros do Chile e na Polícia Nacional do Peru, Comandos de um General.

domingo, 4 de dezembro de 2016

RESPOSTAS AO JORNALISTA YURI - NETO DO GENERAL MIGUEL COSTA

6 – POR QUE ESCREVEU LIVROS SOBRE A CORPORAÇÃO POLICIAL E
SEUS PERSONAGENS? 


Na direção do Museu Militar em fins do século XX, no limiar do Terceiro Milênio, rodeado de relíquias históricas, quadros, pinturas de quartéis antigos, jornais amarelecidos pelo tempo, velhos retratos de ícones de tantas revoluções e guerras, diálogos com velhos intelectuais da época, antigos Comandantes, etc..., parece que detonou em minha memória algo como o estalo do padre Vieira. Resolvi então escrever o meu primeiro livro, escrito em parceria com Coronel Canavó, cavalariano de alta equitação:


Asas e Glórias de São Paulo 

Esse livro retrata toda a saga da Corporação, revelando a Aviação Militar da Força Pública desde o seu nascimento em 1913 até setembro 1932, quando fomos derrotados no governo do ditador Getúlio Vargas.



O Salto na Amazônia 

· A tragédia do Avião “Presidente” da Pan American Airways e o trabalho hercúlio dos nossos paraquedistas:

· O Brasão da Polícia Militar de São Paulo, onde brilham, no Escudo, 18 Estrelas que representam a história da tropa de Piratininga;

· A tranqüilidade da Terra Bandeirante, abordando os primórdios da Corporação desde as Ordenanças e também a luta contra o banditismo e depois contra o terrorismo;

· A Canção da Polícia Militar, os versos de Guilherme de Almeida e música do Major Degobbi. Somente uma estrofe do Hino conta grande parte da nossa história: Missão cumprida em Campo das Palmas – Laguna e heroísmo na Retirada – Glória em Canudos e de Almas e Armas – ao nosso Julho da Clarinada;

· Os três Generais da Polícia Militar, Francisco Alves do Nascimento Pinto, herói da Guerra do Paraguai, Miguel Costa, o Comandante da Divisão Revolucionária de 1924/1927, realizando a maior marcha militar do Planeta e o General Julio Marcondes Salgado, Comandante Geral da Força Pública, o herói mártir da Revolução Constitucionalista de 1932;

· A tragédia da Ilha Anchieta, a trágica fuga dos prisioneiros e uma dezena de mortos do 5.º Batalhão de Taubaté;

· Missão Militar Francesa focalizando a tragédia no Quartel da Luz. As duas missões tornaram a nossa Força Pública como Pequeno Exército Paulista.


Entre os Capítulos, a inserção de muitas curiosidades, muitas histórias da saga da Tropa Bandeirante.


Marcos Históricos da Polícia Militar

Como já vimos, extintas as Ordenanças, foi criada a 15 de dezembro de 1831 a Guarda Municipal Permanente, pelo Presidente da Província, o Coronel de Milícia Rafael Tobias de Aguiar.

· A Guarda Municipal Permanente é pois, o primeiro Marco Histórico da Corporação, a primeira estrela que enfeita o Escudo do Brasão do Polícia Militar;

· Guerra dos Farrapos (1835-1845);

· Campos das Palmas (1839);

· Revolução Liberal de Sorocaba (1842);

· Guerra do Paraguai (1865-1870);

· Revolta da Armada e Revolução Federalista (1893);

· Guerra dos Protocolos (1896);

· Guerra de Canudos (1897);

· Revolta do Marinheiro João Cândido (1910);

· Greve Operária de São Paulo (1917);

· Os 18 do Forte de Copacabana e a Sedição de Mato Grosso (1922);

· Revolução de São Paulo e Campanha do Sul (1924-1925);

· Campanhas do Nordeste e Goiás (1926);

· Revolução Outubrista de Getúlio Vargas (1930);

· Revolução Constitucionalista de 32 (1932);

· Movimentos Extremistas (1935-1938);

· Segunda Grande Guerra Mundial (1942-1945);

· Revolução de Março (1964).


Raízes do Militarismo Paulista

Lançado em 1982, este livro teve uma edição muito pequena que se esgotou em pouco tempo. Mais tarde, em 2012, na confecção do novo livro “Pró Brasília Fiant Eximia”, aproveitamos muitos capítulos de Raízes, para engrandecer a nova obra.

Os capítulos nos contam a história da nossa Pátria, desde as Capitanias Hereditárias, também das Províncias, dando ênfase às Três Linhas, as Tropas Pagas, as Milícias e as Ordenanças, lutando contra os Castelhanos.

Esse longo período da história desde as Capitanias Hereditárias até 1831, constitui a primeira parte da nova obra “Pró Brasília” e a segunda parte são os Marcos Históricos da Polícia Militar.


Pró Brasília – Fiant Exímia

A Obra traduz toda a esplêndida contribuição paulista na segurança e defesa da nossa Pátria, em todos os momentos críticos da nacionalidade brasileira, nos distúrbios sociais ou políticos, revoltas, revoluções e guerra. São Paulo sempre esteve presente, protegendo o ideal do nosso povo, honrando os ditames da heráldica do Brasão Paulista: PRÓ BRASÍLIA FIANT EXÍMIA (para o Brasil façam-se grandes coisas), homenageando também a Bandeira Paulista (as 13 lanças de guerra cercando o chão dos paulistas) que determina: de dia e de noite, os paulistas defendem o Brasil, em todas as direções, mesmo com o sacrifício da própria vida.

Conta a história dos Bandeirantes Paulistas, os homens de botas de sete léguas, que chutaram a linha das Tordesilhas para as bandas do Pacífico, triplicando a extensão da América Portuguesa, dando contorno físico da nossa terra.

Destacamos também os regimentos de 1.ª Linha, Tropas Pagas, a 2.ª Linha Auxiliares ou Milícias e a 3.ª Linha, as Ordenanças.

Nas Guerras do Sul, no Continente de São Pedro, República do Viamão, Os Sete Povos das Missões e Iguatemi, no sul de Mato Grosso.

As Tropas de 1.ª e 2.ª Linha se fundiram, sendo criado o nosso Exército Nacional em 1824. As Ordenanças foram extintas, nascendo, no Governo do Coronel de Milícias Tobias de Aguiar, em 1831, a Guarda Municipal Permanente, o primeiro nome da nossa Corporação e a primeira Estrela do Brasão. 


Clarinadas da Tabatinguera

Eu tive a felicidade de presidir Associação dos Oficiais da Reserva e Reformados da Polícia Militar em 7 mandatos e uma das minha obrigações era, mensalmente, escrever o Editorial, o nosso jornal, na época chamado Boletim.

Além das notícias de interesse dos associados, como interpretações de Leis, publicações de ordens ou recomendações do Boletim Geral do QG, nossas lutas reclamando aumento de vencimentos, assuntos de interesses de nossas pensionistas e tantos outros assuntos e, quando oportuno encaixava também artigos sobre a história da Corporação, ressaltando as glórias dos nossos heróis, contando também muitas histórias, muitas crônicas, contos ligeiros e curiosidades da vida castrense.

A somatória de toda essa matéria atingiu mais de 300 publicações, que eu ia arquivando, cada mês, no Baú de Recordações para no futuro, no outono ou inverno da vida, pegá-los carinhosamente deliciando-me com as leituras já esquecidas, dialogando comigo mesmo, inflando o coração e a alma de nostalgia, saudades, emoções e reflexões, evocando um tempo maravilhoso, que marcou, e muito, o roteiro da minha vida.

Brotou então em mim a idéia de publicá-los, tornando-os em livro, no meu pensamento útil à Corporação e para tal, escolhi os melhores Artigos, ou os menos piores e estão aí as “Clarinadas da Tabatinguera” contando muitas coisas, ressaltando os heróis do passado, entre eles um General que comandou a maior Marcha Militar do planeta e morreu de pé.



Centenário da Aviação Militar Paulista

Para contarmos a história da Aviação Militar Paulista é bom citarmos três Presidentes (hoje Governadores) do estado de São Paulo:

1.º) Jorge Tibiriçá - 1904/1908 na Primeira República, a Constituição de 1891 garantia a autonomia dos Estados. Jorge Tibiriçá, então Presidente do Estado de São Paulo contratou a Missão Militar Francesa para instruir a Força Pública nos moldes dos Exércitos Europeus. O problema político em nosso Estado estava se agravando.

2.º) Albuquerque Lins - 1908/1912, sucessor de Jorge Tibiriçá, enfrentou a fúria de elementos ligados ao Marechal Hermes da Fonseca, Presidente da República. Tentavam uma Intervenção Federal em nosso Estado, como já tinham feito em alguns Estados do Nordeste. Salvação pela Espada era o lema dos Hermistas contrários aos Civilistas de Rui Barbosa. São Paulo rugiu como um leão ferido e a Intervenção logicamente não se fez.

3.º) Rodrigues Alves – 1912/1916 Ilustre paulista de Guaratinguetá, assumindo pela terceira vez a Presidência de São Paulo, temendo ainda aquelas “salvações pela Espada”, não hesitou em promover o progresso do poderio bélico do Estado, sancionando a Lei de 17 de Dezembro de 1913, criando então a Aviação Militar na Força Pública.


Este livro registra a data centenária – 17 de dezembro de 2013, contando toda a história da nobre Arma, desde o seu nascimento até a sua extinção com a derrota de São Paulo na Revolução Constitucionalista de 1932.

Yuri, você me pergunta sobre os personagens e eu afirmo que, sem eles a História não teria sentido, eles dão vida, dão coloridos das passagens, dos fatos, revelando os heróis que dignificam as Nações.

Vejamos os primeiros personagens da história paulista:

76 Governadores da Capitania – de 1532 a 1823;

110 Presidentes da Província – de 1823 a 1889;

50 Governadores, Presidentes, Interventores e Governadores Militares – de 1889 →


Despontam Martim Afonso de Souza, o primeiro Governador da Capitania de São Vicente, depois São Paulo, Brás Cubas construindo Santos, Pedro Góes e Rui Pinto expulsando os espanhóis de São Vicente em 1542. João Ramalho Tibiriçá e Bartira em Santo André da Borda do Campo, os Bandeirantes Paulistas que deram o contorno físico do Brasil, expulsando os espanhóis para os lados do Pacífico. Citemos alguns nomes: Fernão Dias Paes Leme, Amador Bueno da Ribeira (o paulista que não quis ser rei), Raposo Tavares, Borba Gato, Domingos Jorge Velho e tantos outros, os gigantes de botas de 7 léguas. 


São tantos personagens, tantos heróis mas permita-me dar um salto na história para lembrar personagens e heróis mais recentes, por exemplo, os do Tenentismo, dos grandes homens de ideologias diferentes que motivaram as Revoluções da década de 20, ressaltando o Coronel Pedro Dias de Campos, o soldado da Lei e da Ordem e do lado oposto o seu amigo o General Miguel Costa, o Comandante da maior marcha militar do Planeta, o General que morreu de pé.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

RESPOSTAS AO JORNALISTA YURI - NETO DO GENERAL MIGUEL COSTA

       5 – QUAL O VERDADEIRO SIGNIFICADO DA POLÍCIA MILITAR?

Yuri, a resposta a esta sua pergunta merece um retrospecto, uma volta ao nosso passado, situando-nos em Portugal, em meados do século XVI, quando o Governo português arregimentou suas Tropas, equiparando-as e treinando-as à moda dos Exércitos Europeus, já despojados das armas, das técnicas e táticas medievais.

Toda essa estrutura Portugal transferiu para o Brasil, em fins do século XVI, iniciando o Ciclo das três Linhas:


1.ª Linha – Tropas Pagas

2.ª Linha – Auxiliares ou Milícias

3.ª Linha – Ordenanças, que são as raízes das Polícias Militares do Brasil. As duas primeiras linhas se fundiram, em 1824, criando o nosso Exército.


As primeiras e segundas Linhas (Tropas Pagas e Milícias) lutavam nas guerras do Sul (1580-1828) contra os Castelhanos de Buenos Aires e do Paraguai, atacando o Continente de São Pedro, os Sete Povos das Missões e a República do Viamão. Os desfalques das nossas Tropas – mortes, feridos, prisioneiros e deserções – eram completados pela terceira Linha, as Ordenanças, que tinham suas Companhias destacadas em todas as vilas da Capitania de São Paulo (São Paulo, Santos, São Sebastião, Ubatuba, São Vicente, Itanhaém, Iguape, Cananéia, Paranaguá, Curitiba – estas duas no Paraná, que naquela época pertencia à Capitania de São Paulo -, Paranaíba, Guaratinguetá, Jacareí, Sorocaba, Jundiaí, Mogi das Cruzes, Pindamonhangaba e Taubaté).

A Companhia de Ordenanças era comandada pelo Capitão-Mor, encarregada de toda segurança da Vila, e tinham por missão também a construção e manutenção de estradas e pontes.

Uma terceira missão nobre das Ordenanças aconteceu no Sul de Mato Grosso, frente ao Paraguai, quando os seus castelhanos invadiram, o Brasil atraídos pelo ouro das Minas Gerais. Elas construíram e defenderam a Fortaleza de Iguatemi por dez anos. Suas tropas tomavam as barcaças no Rio Tietê em Araritaguaba (hoje Porto Feliz), com destino ao teatro da guerra. Foram centenas de mortos em combate, também sucumbidos pela malária, denominada toda a região do Rio Iguatemi como o Cemitério dos Paulistas.

Meu bom amigo Yuri, toda essa dissertação sobre as Ordenanças (como foi dito atrás as raízes das PMs do Brasil), somada às glórias da nossa Corporação, a partir de 1831 (os Permanentes na Guerra dos Farrapos, em 1838, Revolução Liberal de Sorocaba - 1842, Guerra do Paraguai - 1865/70, a Força Pública na Revolta da Armada – 1893, na Guerra de Canudos – 1897, nas Revoluções da década de 20, a Arrancada Constitucionalista de 1932 e nas Refregas contra os Comunistas de Luis Carlos Prestes em 1935, e os Integralistas de Plínio Salgado em 1938, na Segunda Grande Guerra Mundial – 1943/45, na Revolução Redentora de 1964, a Guerrilha do Vale do Ribeira em 1969 (lembremos do nosso herói mártir, o Capitão Mendes Júnior) e, nos últimos acontecimentos, a nossa Polícia Militar altaneira, como Tropa Auxiliar das nossas Forças Armadas na defesa do Brasil.


Nas linhas e entrelinhas destes escritos, o leitor entenderá o sublime significado da Tropa de Piratininga, criação de Tobias de Aguiar.